São Paulo, sexta-feira, 7 de outubro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
BC intervém e compra dólar
DE LONDRES E DA REPORTAGEM LOCAL O Banco Central (BC) interveio novamente ontem no mercado de câmbio comercial (exportação e importação).Logo pela manhã, às 10h, o BC realizou um leilão de compra de dólares e aceitou um preço de R$ 0,848. Naquele momento, a moeda norte-americana estava sendo vendida a R$ 0,844, com queda de 0,35% sobre a cotação de fechamento do dia anterior. A intervenção do BC não foi totalmente bem-sucedida. O dólar fechou cotado com baixa de 0,12% em relação ao preço de fechamento da véspera. No mês, o dólar comercial acumula uma queda de 0,94% e está 15,4% abaixo da paridade de R$ 1,00 por US$ 1,00. Segundo a Folha apurou, uma grande operação, avaliada em US$ 100 milhões, obrigou o BC a intervir no mercado –pela segunda vez nesta semana. O fluxo no mercado tem sido negativo. Ou seja, as saídas têm superado as entradas. Em dois dias, 4 e 5, o saldo negativo acumulado é de US$ 179 milhões. Este movimento deveria forçar as cotações para cima. Mas os analistas ouvidos pela Folha acreditam que a queda das cotações reflete o reposicionamento no mercado de várias instituições, especialmente as estrangeiras. Antes das eleições, muitas delas receberam ordens de suas matrizes para ``zerarem" suas posições em dólar no Brasil. Agora, estariam, de novo, vendendo dólares e comprando reais –o juro interno continua convidativo. Em Londres, o diretor da área externa do Banco Central, Gustavo Franco, disse que a taxa de câmbio deverá se manter no mesmo nível atual até o final do ano. Segundo Franco, deverá demorar até que o real e o dólar cheguem a uma paridade. ``A paridade não é uma meta e é pouco provável que chegue em pouco tempo``, afirmou. Franco participou ontem, em Londres, da inauguração da BB Securities, braço do Banco do Brasil no mercado de capitais. Para o diretor do BC, a recente alta de preços de alguns produtos como feijão e alumínio não são preocupantes. ``Isso é sempre objeto de atenção, mas os aumentos são todos eles ligados a situações específicas``, afirmou. No caso do feijão, a causa, segundo ele, seria a seca. O preço do alumínio estaria sendo pressionado pela falta do produto, vendido para o exterior devido aos preços atrativos do mercado externo. Franco confirmou que o IPC-r, índice criado depois da implantação do real, deverá completar seu ciclo de 12 meses e ser utilizado até julho do próximo ano. O diretor do BC disse que a balança comercial terá que cair. ``É uma necessidade do país, mas não é uma meta." Texto Anterior: Cuidado, o presidente voltou Próximo Texto: Índice Bovespa futuro bate recorde Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |