São Paulo, sexta-feira, 7 de outubro de 1994
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Paramilitares têm proteção dos EUA

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Partidários do presidente do Haiti no exílio, Jean-Bertrand Aristide, acusam o governo dos EUA de protegerem o líder do principal grupo paramilitar do país.
Emmanuel Constant, presidente da Frente para o Desenvolvimento e Progresso do Haiti (Fraph), não está preso, apesar de a sede da organização ter sido invadida por tropas dos EUA na segunda-feira.
O semanário ``The Nation", de orientação marxista, publica em sua edição de hoje reportagem segundo a qual a Fraph foi criada com o auxílio da agência norte-americana de inteligência (CIA).
O porta-voz da Embaixada dos EUA em Porto Príncipe, Stanley Schrager, negou sem ênfase a reportagem de ``The Nation": ``Até onde eu sei, os EUA nada tiveram a ver com a criação da Fraph".
O Congresso do Haiti iniciou ontem a discussão da lei de anistia para os integrantes da junta militar e seus aliados. Aristide quer limitá-la ao perdão dos crimes políticos, não dos homicídios e torturas.
O acordo firmado pelo ex-presidente Jimmy Carter com o governo militar que permitiu a ocupação pacífica pelos EUA previa anistia ampla para os integrantes do grupo que depôs Aristide em 1991.
Os EUA pressionam os dois remanescentes da junta, generais Raoul Cedras e Philippe Biamby, a deixarem o Haiti depois de 15 de outubro, quando Aristide retornar ao poder. Os dois têm se recusado.
Em Washington, o Congresso dos EUA finalizava ontem os debates sobre uma data para o retorno das tropas de ocupação do Haiti. O presidente Bill Clinton se opõe ao estabelecimento de prazos.
Clinton recebeu ontem o primeiro navio da frota da ocupação do Haiti a retornar aos EUA, o USS Eisenhower, e elogiou os militares pelo sucesso da operação.

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