São Paulo, sábado, 8 de outubro de 1994
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Lerner diz que dará `tempo' a FHC

MÔNICA SANTANNA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O governador eleito do Paraná, Jaime Lerner (PDT), ainda não voltou ao seu normal. Continua dormindo apenas três horas por dia e na última quinta-feira visitou oito municípios para agradecer o apoio à sua candidatura.
Em entrevista à Agência Folha, durante o vôo entre Francisco Beltrão e Guarapuava, Lerner disse que não pretende deixar o PDT e que ainda é cedo para discutir mudanças no partido.
``Não pretendo deixar o PDT. Não vejo razões para isso", afirmou Lerner, que derrotou o seu adversário Álvaro Dias, candidato do PP, por pouco mais de 600 mil votos (segundo dados preliminares do TRE).
Disse que não pretende fazer oposição ao presidente virtualmente eleito, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), apesar de o líder de seu partido, Leonel Brizola, ter criticado o tucano durante toda a campanha.
Jaime Lerner viajou ontem para Nova York, onde descansará por dez dias e visitará sua filha mais velha, Andréa.
A seguir, os principais trechos da entrevista:

Agência Folha - Durante a campanha, o sr. declarou fidelidade ao ex-governador Leonel Brizola, que deve ser oposição ao governo Fernando Henrique Cardoso. Seguirá a sua fidelidade?
Jaime Lerner - Ninguém faz oposição por antecipação. Tem que se dar um tempo. Eu pretendo ter com o presidente Fernando Henrique Cardoso a melhor das relações. Vamos aguardar.
Agência Folha - A derrota de Brizola e a votação que ele obteve mudam o perfil do PDT. Como fica o partido daqui para frente?
Lerner - Eu acho que tem que dar um tempo de sedimentação a todas as coisas e não é o fato de um resultado eleitoral que diminui a importância do Brizola para o país.
O que ele representa para o nosso país é muito importante e não é uma derrota eleitoral que vai mudar isso.
Agência Folha - Mas o que muda no PDT?
Lerner - Eu acho que o PDT vai fazer umas reflexões em cima das eleições. É claro que que essa vitória do Paraná foi significativa. Não adianta se afobar. Tem que sedimentar e fazer uma boa análise do que aconteceu.
Agência Folha - O senhor não se vê como um futuro líder dentro do partido?
Lerner - Liderança a gente não afirma, ela acontece.
Agência Folha - O senhor deixaria o partido?
Lerner - Não pretendo deixar e não vejo razões para isso.

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