São Paulo, sábado, 8 de outubro de 1994
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Capitão do vôlei ataca a seleção brasileira

Disputar 5º lugar é `patético', diz Carlão

SÉRGIO KRASELIS
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS

A derrota de anteontem nas quartas-de-final do Mundial Masculino de Vôlei foi duramente criticada pelo atacante Carlão, capitão da seleção brasileira.
Erro de estratégia, preocupação com a imagem, desinteresse, foram algumas expressões utilizadas ontem pelo capitão.
``Ganhamos muito bem para jogar. Mas não fizemos isso. Vir à Grécia para disputar do 5º ao 8º lugares é patético", afirmou.
``Alguns parecem ter se esquecido da responsabilidade de jogar vôlei. Vim para disputar o Mundial, mas parece que alguns jogadores não vieram", declarou o atacante que, sem disfarçar seu nervosismo, não quis dar nomes.
Ontem, toda a delegação brasileira esteve reunida com o presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, Carlos Nuzman.
``Disse a eles que a atuação da seleção foi decepcionante. Espero que tenha sido apenas um acidente", afirmou o dirigente, que decidiu manter os jogadores convocados para a seleção até o próximo dia 31, mas sem jogar.
``Decidi dar três semanas de férias para eles", disse Nuzman.
Ao comentar a decisão, Carlão mais uma vez foi duro: ``Já não era sem tempo. Não somos máquinas de jogar vôlei."
Paulão também não escondeu suas críticas. ``Estamos todos estressados mentalmente. É preciso dar um tempo", afirmou.
O levantador Maurício reconheceu que o time está desgastado, mas garantiu que não existe crise de relacionamento. ``A cabeça não está legal", declarou.
Giovane, que nos bastidores tem sido criticado por se preocupar demais com sua imagem, disse que vive uma sobrecarga muito grande.
``Com cansaço mental, o físico não responde. Temos que procurar uma solução", afirmou.
Para o presidente da CBV, não é hora de passar a mão na cabeça dos jogadores. ``Todos são profissionais e ganham para isso. O pior sentimento que se pode ter nesse momento é pena", afirmou o dirigente, que garante que a comissão técnica será mantida.
O auxiliar-técnico da seleção, Carlos Bizzocchi, foi um dos poucos a admitir que possíveis erros de planejamento contribuíram para o fracasso da equipe.

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