São Paulo, sábado, 8 de outubro de 1994 |
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O sínodo dos bispos
LUCIANO MENDES DE ALMEIDA No dia 2 de outubro, domingo, teve início, em Roma, o sínodo dos bispos, com a celebração eucarística, presidida por João Paulo 2º, na Basílica de São Pedro. O sínodo é uma instituição permanente instaurada pelo papa Paulo 6º (1965), respondendo a propostas dos padres conciliares a fim de manter vivo o bom espírito do Concílio Vaticano 2º, para intercâmbio de informações e experiências e buscar soluções pastorais com validade e aplicação para toda a Igreja. É um auxílio consultivo ao santo padre. Os membros são eleitos pelas conferências episcopais ou nomeados pelo papa.Esta é a 9ª Assembléia Geral de convocação ordinária e trata da ``Vida consagrada e sua missão na Igreja e no mundo". Estão ainda presentes em nossa memória as assembléias gerais do último decênio: a 5ª Assembléia, sobre a família cristã (1980), a 6ª Assembléia, sobre a penitência e a reconciliação na missão da Igreja (1983), a 7ª, sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo (1987). Em 1990, a 8ª Assembléia Geral teve por tema a formação sacerdotal na situação hodierna. Além dessas assembléias de convocação ordinária, há outras chamadas extraordinárias, como a que se convocou em 1985, por ocasião do 20º aniversário do Concílio Vaticano 2º, procurando avaliar a aplicação dos documentos conciliares na Igreja Universal. Entre as assembléias especiais sublinhamos o sínodo dos bispos europeus (1991) convocado para aprofundar as grandes mudanças ocorridas na Europa e a responsabilidade da Igreja na reconstrução do continente. Realizou-se, neste ano, a assembléia especial para a África (10/04 a 8/05), com 242 participantes, marcando o início de uma nova fase de cooperação fraterna em vista dos desafios do ano 2000. O sínodo que está se realizando nestes dias em Roma, por convocação do papa, reúne 6 patriarcas, os arcebispos maiores dos ucranianos e do rito siro-malabar, bem como 6 metropolitas e 147 bispos eleitos pelas conferências nacionais, 10 religiosos representando os institutos religiosos clericais, e os responsáveis dos dicastérios romanos (24 membros). Comparecem também, 36 bispos nomeados pelo santo padre, 10 sacerdotes eleitos pela União dos Superiores Gerais e 72 convidados especiais, entre os quais 48 são mulheres provenientes de várias nações, culturas e institutos de vida consagrada. Estão, também, representadas outras igrejas cristãs. O texto base, elaborado com numerosas observações enviadas do mundo inteiro, foi considerado um instrumento apto ao trabalho sinodal pelo seu valor teológico e pelo respeito à diversidade das situações culturais. Estamos apenas no início desta grande assembléia. Num clima de fé e cordialidade estão sendo examinados os desafios e esperanças da vida consagrada para que seja fermento evangélico no mundo de hoje sedento de Deus e de convivência fraterna. Na tarde de quinta-feira, a palavra e o exemplo de Madre Teresa de Calcutá, frágil e fervorosa, recordaram a toda a assembléia a mensagem sempre nova de São João; o mais importante em nossas vidas é viver o mandamento do amor como Jesus nos ensinou. D. Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna. Texto Anterior: Lula acabou? Índice |
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