São Paulo, domingo, 9 de outubro de 1994
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Para secretário, conceito é falho

MÔNICA IZAGUIRRE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Cecchin, afirma que, embora adequado e defensável no momento, o conceito ampliado ``não é sustentável a longo prazo".
Afinal, explica ele, ``não se pode manter sempre um nível de gastos que exija a cada ano lançar mão de receitas de privatização para cobrir despesas correntes".
Isso equivaleria, a grosso modo, a uma pessoa contar sempre com o dinheiro da venda de bens (um video-cassete, uma câmera, um carro) para pagar despesas como luz, telefone, salário de empregada e juros de cheque especial.
Na Argentina, os recursos oriundos da privatização também foram utilizados, durante um certo período, no pagamento de gastos correntes do governo.
José Cecchin afirma ainda que a adoção do conceito ampliado é ``emergencial". Ele representa ``só uma ponte até que tenhamos uma reforma fiscal".
O conceito ampliado foi adotado pelo governo no ano passado. Ele foi concebido pelo economista Edmar Bacha, membro da equipe econômica e um dos cotados para assumir o posto de ministro no futuro governo de Fernando Henrique Cardoso, eleito no primeiro turno das eleições presidenciais.
José Cecchin, porém, não considera errado considerar como receita ``boa" a receita dos financimento de longo prazo, estimada em R$ 3,6 bilhões.
Para o secretário-adjunto, a fonte é ``boa" porque não é inflacionária. Como tratam-se basicamente de recursos externos de baixo custo, não pressionam os juros do mercado interno nem a velocidade de rolagem da dívida pública interna.
(MI)

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