São Paulo, domingo, 9 de outubro de 1994
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Festa para crianças vira um negócio sério

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A redução do tamanho dos imóveis e a falta de tempo dos paulistanos está abrindo espaço para a proliferação de bufês infantis.
Destinados a crianças entre 3 e 12 anos, da classe média alta, os novos bufês têm atraído cada dia mais pais, interessados na praticidade do sistema –a maioria das empresas providencia tudo relacionado às festas, da alimentação ao transporte.
Para entrar na área é preciso investir cerca de US$ 23 mil e ter um área de pelo menos 200 m2. O mais indicado é encontrar um ponto perto de escolas, em bairros de alto poder aquisitivo.
Quem está começando pode usar serviços de terceiros, contratados de acordo com as festas já encomendadas.
Os pacotes, em geral, incluem bolo, salgadinhos, doces, refrigerantes, serviço de garçons e monitores, convites, lembrancinhas, decoração e acesso aos brinquedos.
A maioria das casas trabalha com dois horários (das 12h às 16h e das 18 às 22h) e faz preços diferenciados em dias de semana. Alguns bufês levam a festa às escolas. Nesse caso, entregam lancheiras com bolo, doces, sanduíches e refrigerantes para as crianças.
Oferecer um atendimento impecável e atrações diversificadas são qualidades essenciais para enfrentar a concorrência.
Segundo a pedagoga Lucy Salles, 38, sócia de dois salões do bufê Mundo Encantado, em Moema (zona sul), ``são muitas as casas que abrem, mas poucas sobrevivem por falta de qualidade".
Lucy calcula em 40 o número de concorrentes na região, mas acredita que ainda há espaço e pretende expandir formatando seu negócio no sistema de franquia.
Ela organiza cerca de 30 festas por mês em cada um de seus salões e cobra R$ 700 por festa para 50 convidados.
A pedagoga Eliane Chagas, 30, dona do bufê Fik e Brink, em Santana (zona norte), afirma que seus maiores gastos são com mão-de-obra e alimentação, que juntos somam R$ 300, para uma festa de 50 pessoas. Com decoração, ela gasta mais R$ 100.
Ela investiu R$ 30 mil no salão, que tem 400 m2 e está em um local estratégico: próximo a cinco escolas particulares. Em três meses, já organizou 34 festas.
Silvia Matta, 31, que há quatro anos abandonou as salas de aula para abrir o Sugar World, no Tatuapé (zona leste), acredita que disposição para trabalhar nos finais de semana e bom relacionamento com o público também são requisitos fundamentais. ``É importante acompanhar todas as festas para ganhar a credibilidade dos clientes", diz.
Ela faz de 15 a 20 festas por mês. Durante a semana, há pacotes promocionais de R$ 440.
Bernard Jeger, presidente da Associação Brasileira de Franchising, avalia que os bufês bem estruturados terão um amplo mercado para se expandir não só pelo país, como no exterior, através de franquias.
``O conceito de bufê infantil é tipicamente brasileiro e pode ser exportado para outros países, onde os pais costumam fazer festas em fast foods", afirma.

ONDE ENCONTRAR
Fik e Brink - tel. (011) 950-4379; Mundo Encantado - tel. (011) 240-0515; Sugar World - tel. (011)941-2997

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