São Paulo, domingo, 9 de outubro de 1994
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Um mundo imperfeito

INÁCIO ARAUJO

Há várias maneiras de perguntar o que é um homem. A mais estranha delas talvez seja indagando sobre suas dimensões. Quando um homem se põe a encolher, como neste filme, toda a realidade se transforma. Um inseto torna-se um gigante. Uma casa de bonecas vira uma habitação. Mas, e o filme não foge a isso, o que é um homem face ao cosmos? Ele pode diminuir sempre, sem que isso altere sua relação com o infinito. É nessa vertigem em que o infinitamente pequeno e o infinitamente grande se defrontam que nos atira o filme de Jack Arnold. Um clássico do fantástico. Mas, antes disso, uma leitura poética de Pascal: pelo tamanho, mede-se o inabitável do mundo. (Inácio Araujo)
O INCRÍVEL HOMEM QUE ENCOLHEU (The Incredible Shrinking Man). EUA, 1957, 81 min. Direção: Jack Arnold. Com Grant Williams, Randy Stuart. Em preto-e-branco. Legendado. Na Globo.

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