São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 1994
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Corregedoria investiga depósitos para policial

Advogado de investigador diz que acusação é ``vingança"

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-informante policial José Gonzaga Moreira, o ``Zezinho do Ouro", apresentou à Justiça oito comprovantes de depósitos bancários que teriam sido feitos por ele na conta de Fernanda Xavier de Brito, mulher do investigador Gilberto Xavier de Brito.
Brito é um dos 70 policiais acusados por Zezinho de roubo, extorsão e tráfico de drogas. A Corregedoria da Polícia Civil apura o caso.
O advogado de Brito, Dirceu Grohmann, disse que as acusações são uma vingança pois seu cliente prendeu ``Zezinho várias vezes".
Os depósitos na conta da mulher têm valores entre Cz$ 5.000 e Cz$ 45 mil (US$ 15 e US$ 300) e teriam sido feitos em 88 e em 89.
Na época, Zezinho era banqueiro do jogo do bicho na zona norte. Os depósitos seriam propinas.
As contas do Bradesco números 5424-0 e 2140-7, ambas da agência 2103, teriam recebido os depósitos, a maioria em cheques.
Zezinho disse que os cheques eram da conta 3701061-1 da agência 056 do Banco Real.
A conta pertencia ao advogado Armando Celso Bastos Peroba. Através dela, Zezinho do Ouro movimentaria o dinheiro do jogo.
``Peroba me deu uma procuração para usar a conta." Zezinho entregou à Justiça um cheque dessa conta com o valor em branco e assinado, segundo ele, por Peroba.
Zezinho acusou o delegado João Violin e os investigadores Antônio Conilho e José Maria de Souza de também participarem do esquema. Zezinho deixou o bicho em 89.
A Folha também procurou Peroba, Violin, Conilho e Souza, mas não conseguiu localizá-los ontem.

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