São Paulo, sexta-feira, 14 de outubro de 1994 |
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Ciro admite medidas para conter consumo
GUSTAVO PATÚ
``A economia está superaquecida. Esse é nosso maior problema." O ministro iniciou em Mossoró (RN) uma série de viagens para estimular os consumidores a pesquisar preços e adiar compras a fim de evitar pressões inflacionárias. A outra alternativa, disse, será a adoção de medidas restritivas. A equipe econômica teme a chegada de dezembro, quando as festas de final de ano e o pagamento do décimo-terceiro salário elevam o movimento no comércio e trazem dois riscos ao Real: desabastecimento e aumento do volume de dinheiro em circulação. Essas ameaças já foram menosprezadas pelo governo. Em junho, o então ministro Rubens Ricupero dizia não haver perigo de um aumento de consumo capaz de desestabilizar o plano. Ontem, Ciro disse que ``a indústria já opera quase com capacidade plena", e há ``alguns itens do consumo que preocupam". Além disso, parte da equipe econômica já dá como certo o estouro do limite fixado pelo Plano Real para a quantidade de reais em circulação da economia, de R$ 10,2 bilhões até o final do ano. Ciro disse que as emissões não representam perigo ao plano porque não são feitas para cobrir déficits do Tesouro ou para comprar dólares pelo Banco Central. Mas disse que o BC comprou ``cerca de US$ 1 bilhão" no mercado nos últimos 15 dias, para evitar que a cotação do dólar caísse ainda mais. Mas o ministro se enganou. O BC admite que o volume de dólares adquirido não chega a US$ 350 milhões. O coordenador do Procon, Marcelo Sodré, disse ontem que o órgão não errou na sua pesquisa sobre preços de brinquedos. A pesquisa foi citada pelo ministro da Fazenda e contestada pelas lojas Ciamar e Mario Bross, as campeãs de aumento segundo o Procon. Colaborou a Reportagem Local Próximo Texto: Balança cai a zero em 95 Índice |
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