São Paulo, sexta-feira, 14 de outubro de 1994
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Telebrás faz associação com empresa privada

ELVIRA LOBATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de mais de um ano de negociações reservadas com o grupo ABC Algar, do Triângulo Mineiro, a Telebrás se tornou sócia da última companhia telefônica privada do país: a CTBC (Companhia Telefônica do Brasil Central).
O acordo envolveu duas negociações. Foi criada uma nova empresa, Lightel, que funcionará como uma espécie de subholding do grupo Algar para o setor de telecomunicações.
A Telebrás investirá R$ 30 milhões no capital desta nova empresa, terá 15% das ações e um representante no Conselho de Administração da Lightel. A ABC Algar subscreverá sua parte com ações da CTBC e de duas outras empresas: Engeset e Algarnet.
Através da Lightel, a Telebrás terá 5% da telefônica. Os outros 10% foram acertados através de uma segunda negociação, que foi a mais difícil.
A Telebrás, há muitos anos alegava que a CTBC estava em débito com ela. A estatal cobrava da empresa o pagamento de uma taxa de contribuição sobre os planos de expansão, paga pelas telefônicas públicas.
O presidente da Telebrás, brigadeiro Adyr Silva, disse que as duas empresas acertaram a pendência. O grupo Algar, segundo ele, vai entregar 10% das ações da CTBC, no prazo de 24 meses, como pagamento dos atrasados.
O vice-presidente da Algar, Mário Grossi, disse à Folha que o grupo se associou à Telebrás porque quer disputar outros espaços no mercado de telecomunicações, como TV a cabo e ``paging" (bips eletrônicos). Grossi não quis comentar o acordo sobre os 10% das ações da CTBC, qualificando-o como um negócio de ``importância menor".
A CTBC existe há 40 anos. Foi criada em 1.954 pela família Garcia, que até hoje detém seu controle acionário. Tem 300 mil assinantes (é a 10ª telefônica do país) espalhados pelo Triângulo Mineiro e municípios vizinhos em São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Sua área de concessão abrange 50 distritos, 167 povoados e 50 mil propriedades rurais. Foi a única telefônica privada que sobreviveu ao processo estatatização, iniciado nos anos 70.
O grupo ABC Algar, da família Garcia, é um conglomerado de 24 empresas, que fatura US$ 500 milhões por ano.

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