São Paulo, sábado, 15 de outubro de 1994 |
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Revendedores querem `choque de oferta'
ARTHUR PEREIRA FILHO
Na avaliação de Sérgio Reze, presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), é preciso adotar um ``choque de oferta", através de aumento da produção interna ou da importação. Ele afirma que há um déficit de 20 mil carros ``populares" por mês. Em setembro, a indústria vendeu 38 mil ``populares". Segundo Reze, as montadoras estão com sua capacidade de produção –150 mil a 160 mil veículos– praticamente esgotada. A curto prazo, a saída é facilitar a importação de carros ``populares" e básicos que custam entre US$ 9 mil e US$ 15 mil. ``A isenção seria provisória e poderia ser revista pelo governo à medida que as montadoras instaladas no país aumentassem sua capacidade de produção", diz Reze. O presidente da Fenabrave afirmou que já pediu audiência aos ministros da Justiça, Fazenda e Indústria e Comércio para discutir o assunto. As concessionárias vão pedir também a convocação da câmara setorial para reavaliar as metas de produção dos ``populares". Sobre a afirmação feita por Jeferson Salazar, superintendente da Receita Federal em São Paulo, de que ``o ágio tem origem nas concessionárias que recebem os carros da fábrica", Reze disse ``não falar sobre suposições". Para o presidente da Fenabrave, não há denúncias formais e o superintendente fez apenas ``colocações genéricas". Reze disse que as concessionárias apóiam a ação da Receita e da PF contra o ágio. Ele lembrou que a entidade apresentou propostas ao Ministério da Fazenda, no final de agosto, para combater o ágio : proibição de venda do carro ``popular" durante seis meses após a compra e limitação das entregas de veículos pelos consórcios a duas unidades/mês. Reze fez críticas às montadoras. Segundo ele, cerca de 10% da produção das fábricas não é entregue às concessionárias. Os carros, a maior parte ``populares", são vendidos a ``funcionários, grandes frotistas, consórcios de fábrica e amigos da casa". Texto Anterior: Sunab ordena blitz para localizar feijão Próximo Texto: Preços nos supermercados sobem 1,64% Índice |
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