São Paulo, segunda-feira, 17 de outubro de 1994
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Avião da FAB não tinha caixa-preta

DAS SUCURSAIS E DA AGÊNCIA FOLHA

As causas da queda do avião da FAB (Força Aérea Brasileira) podem não ser descobertas. O C-130 Hércules não tinha caixa preta, um dos instrumentos de apoio para analisar o que motivou o acidente.
O avião caiu em Formosa do Rio Preto (BA), cidade a 1.002 km de Salvador e próxima à divisa entre Bahia, Tocantins e Piauí.
Segundo o tenente-coronel Pereira Santos, do Cecomsaer (Centro de Comunicação Social do Ministério da Aeronáutica), não é obrigatória a existência da caixa-preta nesses aviões.
A caixa-preta é uma espécie de gravador, que registra as conversas da cabine e dados do avião, como altitude e velocidade.
A investigação sobre as causas que levaram à queda vai levar tempo para ser feita, informou o coronel. ``Pode ser que nunca se saiba o motivo", disse.
Em boletim divulgado ontem, o Ministério da Aeronáutica confirma que o Hércules transportava armas e munições.
O documento diz que, de acordo com informações preliminares, as embalagens, onde estava o material bélico, não foram danificadas.
``A aeronave Hércules transportava, entre outros materiais, armas e munição, adequadamente acondicionados para o transporte aéreo, seguindo os rígidos padrões adotados internacionalmente para este tipo de transporte", diz a nota.
O documento diz que a FAB é responsável pela provisão e manutenção de material bélico em suas organizações e que o transporte dessas cargas é rotineiro.
O avião, um cargueiro do 1º GT (Grupo de Transporte), decolou na sexta-feira passada, às 16h, da Base Aérea do Galeão, na Ilha do Governador (zona norte do Rio), com destino a Belém (PA), onde chegaria às 22h.

Missa
O Ministério da Aeronáutica informou ontem que os corpos das vítimas do acidente devem chegar ao Rio por volta das 9h da manhã.
Está marcada para as 9h30 uma missa de corpo presente no hangar da Base Aérea do Galeão.
Os corpos começaram a ser resgatados por helicópteros na manhã de ontem. Eles foram levados para o 4º Batalhão de Engenharia e Construção do Exército de Barreiras (855 km a oeste de Salvador), de onde serão levados para o Rio.
Trabalharam na operação de resgate na Bahia quatro helicópteros, um avião Bandeirantes e um Hércules (igual ao que caiu) no qual seriam transportados os corpos.

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