São Paulo, segunda-feira, 17 de outubro de 1994 |
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Kohl vence eleição na Alemanha
SILVIA BITTENCOURT
Segundo dados parciais da segunda eleição geral desde a Alemanha reunificada, a coligação liberal-cristã, que há 12 anos sustenta o governo Kohl, deve conseguir a maioria apertada no Parlamento Federal. Ontem à noite, a tendência indicava também pequena possibilidade de empate e de ser formada uma grande coligação entre democrata-cristãos e social-democratas. A coligação liberal-cristã perdeu cadeiras no Parlamento e, se conseguir maioria, deve governar com apenas de uma a seis cadeiras a mais do que a oposição. Segundo as projeções, a coligação governista conquistará 329 cadeiras na câmara baixa do Parlamento e a oposição, 327. Esse número pode variar de acordo com o número de deputados eleitos diretamente. Os partidos começam hoje a negociar coligações. O partido de Kohl, a União Democrática Cristã (CDU), foi o mais votado, com 41,6% dos votos, segundo os resultados parciais, divulgados às 23h30 locais (20h30 em Brasília). Os votos obtidos pelo grupo de Kohl são bem inferiores aos 54,8% de 1990, ano em que o país foi reunificado, sob a liderança do chanceler (primeiro-ministro). Somados os votos obtidos pelos liberais do Partido Democrático Livre (FDP), que ficou com cerca de 6,7%, a coligação CDU-CSU-FDP deve conseguir levar Helmut Kohl, 64 anos, para o seu quatro mandato. O maior concorrente da CDU, o Partido Social Democrata (SPD), obteve, segundo os resultados parciais, 36,9% dos votos. Também conseguiram ingressar no Parlamento o partido de esquerda Aliança 90/Verdes (6,9% dos votos) e o Partido do Socialismo Democrático (PDS), com 4,2%. Os números parciais indicam um crescimento do SPD. Até as 23h30 de ontem, porém, os social-democratas não conseguiriam eleger chanceler seu candidato, Rudolf Scharping, mesmo se se coligassem com os ``verdes" e os socialistas. Além disso, até sexta-feira passada, último dia da campanha eleitoral, o SPD recusava qualquer forma de apoio dos socialistas, sucessores do antigo partido único da extinta Alemanha Oriental e considerados antidemocráticos por todos os partidos. Kohl afirmou ontem, após o fechamento das urnas, não ter dúvidas da vitória da coligação. Ele disse não ver dificuldades em governar com uma oposição no Parlamento praticamente tão grande quanto a situação. Para Kohl, "será difícil. Mas um resultado apertado tem um vantagem, impõe mais disciplina". O social-democrata Scharping disse preferir esperar os resultados finais. Ele destacou o crescimento do SPD nestas eleições. Texto Anterior: Balladur nomeia novo ministro; Finlândia diz sim à União Européia; Ex-senadora é feita refém na Colômbia; Empresário e repórter são mortos na Argélia; Balsa naufraga em Bangladesh; Tchetchênia resiste a ataque da oposição; Cavallo admite ser chefe de Gabinete Próximo Texto: Partido socialista cresce com voto de protesto Índice |
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