São Paulo, terça-feira, 18 de outubro de 1994
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Garotinho vai a reunião secreta com Sandra

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

Erramos: 19/10/94
O quadro que acompanha esta reportagem informa incorretamente o percentual de votos de Anthony Garotinho, o correto é 24,21%.
Na guerra sem limites por apoios no segundo turno das eleições no Rio, o candidato Anthony Garotinho (PDT) encontrou-se ontem com a deputada Sandra Cavalcanti (PPR), adversária histórica do ex-governador Leonel Brizola (PDT).
O encontro secreto, agendado para a manhã de ontem em um escritório no Leblon (zona sul), pode reforçar as desconfianças dos brizolistas em relação à fidelidade política do candidato.
Brizola e Sandra se enfrentaram nas eleições para o governo do Rio em 1982. O pedetista foi eleito contra as previsões iniciais das pesquisas, que davam vitória folgada a Sandra.
Garotinho e Sandra não quiseram confirmar o encontro. Segundo o candidato, a divulgação causaria problemas à sua estratégia.
``A incompatibilidade dela com os trabalhistas é grande, mas não tenho nada contra ela nem ela contra mim", afirmou o candidato.
A deputada afirmou que o encontro foi pedido por Garotinho, mas não chegou a se realizar, mas a Folha apurou que ele ocorreu.
Ela disse que só apoiaria o pedetista se tivesse garantia de que ele não daria sobrevida ao brizolismo.
``Na verdade, não tenho em quem votar até agora e uma parte grande da população está como eu", disse Sandra.
Segundo ela, Alencar ``é um brizolista muito mais perigoso e Garotinho parece não ter um vínculo maior com Brizola, não ser cria dele".
A estratégia de Garotinho tem sido a de se caracterizar como candidato de centro-esquerda contra o conservadorismo e Marcello Alencar (PSDB). Ele espera a adesão dos que apoiaram o PT no primeiro turno.
O PPR, partido de Sandra, já apóia Alencar, mas ela não aderiu ao tucano, alegando que ele tem mais pontos em comum com o brizolismo do que o próprio Garotinho.
Após a adesão do general Newton Cruz (PSD), terceiro colocado no primeiro turno, Alencar recebeu ontem o apoio do candidato derrotado do PMDB, Milton Gonçalves, e da bancada estadual do partido.
Garotinho acusou Alencar de usar o serviço de telemarketing para insultá-lo em telefonemas para eleitores.
Disse que vai processar o tucano. ``Me chamam de ladrão e corrupto", afirmou.
A assessoria de Alencar negou ter dado a orientação aos 250 operadores do telemarketing.
Segundo a coordenadora Gláucia Bon, foram feitas 1,4 milhão de ligações no primeiro turno e estão previstas mais 500 mil, com cerca de 80 computadores.

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