São Paulo, terça-feira, 18 de outubro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Assassino pode pegar até 60 anos de prisão

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O delegado Cleber Ferreira disse que vai indiciar Carlos Alberto Pinto Oliveira, 35, e o ex-policial Luciano Jarczewski por homicídio duplo qualificado. Eles podem pegar até 60 anos de prisão, cada um.
Carlos Alberto disse que atacou seus pais, que dormiam no quarto da casa da família no bairro Bela Vista, com uma faca. Depois que o casal, ferido, não conseguia mais reagir, ele foi até a cozinha, pegou outra faca e degolou pai e mãe.
Jarczewski, que segurou Oliveira e a mulher para o filho esfaqueá-los, disse que foi à casa porque Carlos Alberto o contratou para que roubasse documentos, entre os quais os do carro Verona do tio do rapaz, e cerca de US$ 20 mil00.
Também será indiciado como co-responsável Raul Tito Monaco, 27, cunhado do ex-PM, que levou os dois de carro à casa. Monaco comprou o Verona.
Monaco disse que não sabia que Carlos Alberto tinha intenção de matar, o que é ratificado pelo rapaz. Mas o delegado disse que Monaco conhecia o plano.
Aparentando tranquilidade, Carlos Alberto disse que uma das facadas abriu ``uma torneirinha" de sangue no ombro de seu pai. Ele disse que se apoiou no ombro deles, passando a faca pela garganta. Ao ser atacado, o pai teria perguntado algo como ``por que isso?"
O rapaz disse que não conseguiria fazer com uma pessoa estranha o que fez com seus pais.
Carlos Alberto disse que resolveu confessar o crime depois que Jarczewski foi preso. ``Eu esperava que não o achassem, aí ficaria como se fosse o executor."
Como o ex-PM foi preso, ele disse que decidiu confessar. ``Eu estava tendo pesadelos." Em um deles, seu pai aparecia na porta da cela dizendo que iria tirá-lo dali e que sua mãe esperava por ele.
Oliveira, além do corte na garganta, tinha 35 lesões no corpo entre facadas e hematomas. Nilza, antes de ser esfaqueada, levou uma pancada na cabeça. Carlos Alberto, estudante de farmácia e discotecário desempregado, mede 1,95 m e pesa cerca de cem quilos.
Carlos Alberto, ao responder a um repórter, disse que aconselharia os pais a dialogarem com seus filhos. ``Reprimir pode gerar um ódio eterno. Não quero que aconteça isso com outras famílias."

Texto Anterior: Fernão Dias fica fechada
Próximo Texto: Moradora reclama de poluição causada por empresa na Saúde
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.