São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 1994
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Prazo do crediário cai para 3 meses

VIVALDO DE SOUSA; JOÃO BATISTA NATALI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

JOÃO BATISTA NATALI
O ministro da Fazenda, Ciro Gomes, anunciou ontem um conjunto de medidas para restringir o consumo, tentar conter a inflação, inibir a entrada de capital externo e elevar a cotação do dólar.
Para esfriar as vendas, o governo reduziu, após reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional, os prazos do crediário. Compras com cartão de crédito terão de ser quitadas de uma só vez na fatura –não podem ser mais parceladas. Para todas as compras a prazo, limitou o período de pagamento máximo a três meses. Empréstimos bancários foram enquadrados na mesma regra.
As medidas não contemplam alta das taxas de juros e visam conter o aquecimento da economia. Com isso, o governo espera acertar os rumos do Plano Real. ``Estas medidas nada mais são do que um pente fino", disse Ciro.
Em São Paulo, o presidente Itamar Franco disse que as medidas não têm caráter recessivo. ``O ministro aqui sabe tão bem quanto eu que o país não vai à recessão", disse Itamar, apontando para o ministro da Fazenda, Ciro Gomes. ``O Plano Real não vai levar à recessão", concluiu.
Perguntado sobre como encarava as altas de preços e a contenção do consumo, Itamar afirmou que o governo está ``atento". ``O plano será mantido a qualquer custo."
Ao mesmo tempo em que fechava as torneiras do crédito, o governo agiu para fazer com que a demanda de setores aquecidos da economia refluísse. Novos grupos de consórcio de eletrodomésticos e eletroeletrônicos estão suspensos por tempo indeterminado. O prazo dos novos grupos de consórcios de carros foi reduzido de 50 para 12 meses, e foi proibida a retirada do bem por lance nos novos consórcios, independente do produto.
As medidas não alteram a situação dos consórcios em funcionamento e compras já financiadas.

LEIA MAIS sobre as medidas na pág. 2-9 e 2-10

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