São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 1994
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Pressão atinge restaurantes

FRANCISCA RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento da carne e dos hortifrútis que vem sendo registrado desde o mês passado já pressiona os preços da alimentação fora do domicílio.
Proprietários de restaurantes dizem que estão usando a criatividade para não repassar todos os aumentos de preços, principalmente os da carne e dos hortifrútis.
A maioria lembra que os aumentos são sazonais e acredita que os preços devem se normalizar depois do período da entressafra e quando começarem as chuvas.
Carlos Rios, do Esplanada Grill, diz que ainda não repassou os aumentos expressivos da carne e dos hortifrútis.
``Mas se os preços não caírem, não vai dar para segurar o aumento do cardápio por mais tempo", diz.
Eduardo Inácio, do The Place, diz que está tentando administrar cada item do seu cardápio de forma isolada para não repassar os aumentos para os clientes.
No caso da carne, não tem como não aumentar, afirma. ``Mas como não foram todos os tipos de carne que subiram, só alguns pratos foram majorados.
A picanha, por exemplo, teve alta em torno de 15% no nosso cardápio", afirma Inácio.
Sergio Chaia, da KFC (Kentucky Fried Chicken), que serve refeições mais ``populares", afirma que apesar da alta dos hortifrútis, ainda não reajustou seus preços.
O restaurante francês Cheznous vem mantendo os preços do cardápio sem alterações desde a URV (Unidade Real de Valor). ``Agora não sei se vai dar para segurar", diz Elsie Siciliano.
Embora a maioria dos proprietários de restaurantes acredite que não há perigo de desabastecimento, o Cheznous já enfrenta alguns problemas.
Segundo Elsie, nos últimos 15 dias está difícil encontrar alguns produtos como a Coca-Cola em lata, palmito, maionese em envelope individual, perdiz e codorna.
``Não consegui definir ainda se está começando a haver desabastecimento ou se os fornecedores estão apenas pressionando para subir os preços", argumenta Elsie.

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