São Paulo, terça-feira, 25 de outubro de 1994
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Bolsa de Valores paulista cai mais 4,77%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O índice da Bolsa paulista caiu 4,77% ontem. Foi a maior baixa desde o pregão de 5 de setembro, quando havia declinado 10,49%, por causa da divulgação de conversa do ex-ministro Ricupero captada por antenas parabólicas.
O mercado acionário reflete a ausência de dinheiro novo. As Bolsas aguardavam a entrada de recursos estrangeiros, após a vitória de Fernando Henrique. A previsão não se confirmou e as Bolsas despencaram. O índice Bovespa já acumula baixa de 21% neste mês.
Os compradores de ações não comparecem às corretoras, aguardando novas baixas. Só quem está precisando de dinheiro é que está vendendo ações. O volume de negócios ontem foi de R$ 201 milhões. É o menor montante desde 29 de julho (R$ 176 milhões).
O mercado acionário reflete também os problemas causados ao mercado pelo IOF de 1% sobre investimentos externos em Bolsa e o compulsório de 15% sobre operações de crédito. As medidas foram consideradas ruins para a Bolsa e poderão resultar em redução nas vendas das empresas.
Os corretores se assustaram também com o edital convocando Assembléia Geral Extraordinária para o próximo dia 31, para deliberar sobre preços mínimos para fim de alienação das participações acionárias minoritárias da Eletrobrás. Há o temor de uma captação expressiva de recursos no mercado.
As ações da Eletrobrás ON estiveram entre as maiores baixas (7,1%), seguidas pelos papéis da estatal PNB (7,0%).
O mercado cambial não teve ontem a presença do Banco Central. Os exportadores estiveram praticamente ausentes do mercado, avaliando o compulsório sobre empréstimos. A cotação do dólar comercial recuou 0,1% em relação ao dia anterior.
No mercado de renda fixa, o Banco Central elevou a taxa/over de 5,58% ao mês na sexta-feira para 5,60% ontem. Os juros dos CDBs também tiveram ligeira alta, refletindo expectativa de inflação maior para outubro.
No mercado futuro de DI, a expectativa de juros para novembro passou de 3,89% na sexta-feira para 3,96% ontem.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,132% no último dia 20. A taxa média do over foi de 5,59% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,66% ao mês.
CDB e caderneta
As cadernetas rendem 2,9413% no dia 22. Os CDBs prefixados para 30 dias pagaram entre 37% e 58,9% ao ano. Os papéis pós-fixados de 123 dias pagaram taxas entre 16,0% e 18,0% ao ano mais a TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia (``hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,80% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): as taxas variaram entre 59,5% e 84% ao ano.
No exterior
Prime rate: 7,75%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 43.440 pontos, com baixa de 4,77% e volume financeiro de R$ 201 milhões. Rio: queda de 3,6% (I-Senn), fechando com 19.085 pontos e volume financeiro de R$ 23,46 milhões.
Bolsas no exterior
O índice Dow Jones na Bolsa de Nova York fechou com 3.855,30 pontos, contra 3.891,30 pontos no pregão anterior. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.325,20 pontos, contra 2.333,70 pontos no pregão anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 19.852,37 pontos, contra 19.899,08 no dia anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,850 (compra) e R$ 0,852 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado na última sexta-feira a R$ 0,851 (compra) e por R$ 0,853 (venda). ``Black": R$ 0,855 (compra) e R$ 0,865 (venda). ``Black" cabo: R$ 0,850 (compra) e R$ 0,855 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,835 (compra) e R$ 0,865 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 0,28%, fechando a R$ 10,62 o grama na BM&F, movimentando 1,73 tonelada.
No exterior
Segundo a agência ``UPI", em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,6285, contra 1,6271 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,4970 marco alemão, contra 1,4980 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 97,40 ienes, 96,68 no dia anterior.
A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 389,60, contra US$ 390,80 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para outubro fechou a 3,66% no mês; para novembro a 3,96% no mês e para dezembro a 4,16%.
No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,857 para outubro, a R$ 0,875 para novembro e a R$ 0,892 para dezembro.
O índice Bovespa no mercado futuro para dezembro fechou a 45.800 pontos.

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