São Paulo, quarta-feira, 26 de outubro de 1994
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Organizador faz mapa de SP para convidados

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das maiores reclamações dos organizadores dos eventos que movimentam São Paulo é quanto à falta de informações para os estrangeiros que visitam a cidade.
O crítico e organizador da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Leon Cakoff, diz que é obrigado a desenhar seus próprios mapas para os convidados. ``Esse tipo de serviço não é oferecido."
``Não existe serviço de informação. Nós tivemos que comprar mapas e distribuir para os convidados. Foi um horror", diz Ana Masini, da organização da 22ª Bienal Internacional de São Paulo.
A dificuldade é reconhecida por Ricardo Lopes Castello Branco, presidente da Anhembi Turismo e Eventos, órgão da prefeitura responsável pelo setor.
``Estamos preparando mapas e folhetos com informações turísticas, mas ainda não dá para dizer quando vão estar prontos", diz.
As seis cabines de informação turística da cidade também não suprem as necessidades e apresentam deficiências. Em agosto passado, a Folha percorreu todas e constatou falta de funcionários treinados. Além disso, fecham aos feriados.
Para o São Paulo Convention & Visitors Bureau, uma fundação mantida por empresas ligadas ao setor de turismo e eventos, a falta de informações para turistas é um dos quatro problemas da cidade.
Os outros são as deficiências no sistema de transportes urbanos, a inexistência de mão-de-obra treinada e a má conservação de monumentos, parques e museus.
Outras reclamações constantes feitas pelos organizadores dos megaeventos são o trânsito e os preços de alguns serviços, considerados exagerados pelos estrangeiros.
Ana afirma que todos seus convidados reclamaram do preços dos táxis –R$ 0,50 a unidade taximétrica para carros normais e R$ 0,75 para os especiais.
``O serviço até que funciona, mas os europeus acharam um absurdo o preço cobrado. Até nos EUA o táxi é mais barato", diz.
Jeffrey Neale, diretor-geral do Free Jazz Festival, reclamou muito dos engarrafamentos e da poluição da cidade. Para ele, esses dois itens afugentam turistas.
As reclamações de Caio de Alcântara Machado Júnior, 42, diretor de marketing da Alcântara Machado Feiras e Promoções, organizadora do 18º Salão do Automóvel, são semelhantes.
Alcântara Machado aponta outro problema. ``Faltam às lojas e restaurantes atenção e educação no atendimento e pessoas que falem mais de uma língua", afirma.

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