São Paulo, quarta-feira, 26 de outubro de 1994
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Jazzistas lançaram a tendência

EVA JOORY
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos anos 50 a turma do jazz ganhou uma denominação curiosa: ``hip" (algo como o atual ``descolado"). Os hipsters (como eram chamados) nasceram com o bebop. O estilo logo se espalhou no jeito de se vestir.
Naquela época, o músico de jazz andava sempre elegantemente vestido. Ternos bem cortados, sapatos de couro e um cigarro no canto da boca. Mas a diferença aparecia mesmo nos adereços: boina, lenço no bolso do paletó, gravata-borboleta. Exemplos de músicos ``hip": Chet Baker, Dizzy Gillespie, Lester Young, Gerry Mulligan e Miles Davis. No final dos anos 50, os poetas da chamada Geração Beat, liderados por Jack Kerouac, também foram ``hip". Como novos boêmios, passaram a ser copiados pela juventude norte-americana.
Nos anos 70, O termo ``hip" acompanhava estilos musicais de raízes negras como o soul e o funk. Os nomes: Al Green, Sly Stone e, sobretudo, James Brown.
No começo de sua carreira, Brown se autodenominou ``o rei do funk". Suas roupas tinham sempre muito brilho e efeitos dourados. Daí a criação de um final apoteótico, transformado em ritual seguido a cada show: durante os aplausos, um assistente entrava em cena e colocava um manto em Brown, tantas vezes quanto o público pedia. A capa logo se tornou sua marca registrada.
Hoje nomes como Digable Planets, Us3 e Jazzmatazz, dentro dos movimentos acid jazz, jazz rap e afins, são quem –à sua moda– dão continuidade a esta verdadeira tradição fashion. São os ``hips" dos anos 90.
(EJ)

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