São Paulo, quarta-feira, 26 de outubro de 1994 |
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Kachina recupera olhar humano em `A Vaca'
INÁCIO ARAUJO
A história é a de um jovem do campo que, no início, tem de vender sua vaca (seu bem de estimação, mas também importante economicamente) e comprar remédios para sua mãe, que está à morte. O filme será marcado por essa imagem: o homem, Adam, se afastando lentamente por uma trilha, levando o animal até sua aldeia. Suas idas e vindas, o esforço para refazer sua vida, serão aspectos determinantes da ficção: são as perdas e ganhos que acontecem no decorrer de uma vida que interessam no filme. Esse início ajuda a delimitar o tipo de trabalho do experiente diretor Karel Kachyna. Se, no primeiro momento, ele investe em uma paisagem paradisíaca, é para melhor introduzir a violência que eclode em um dado momento, sem motivo aparente. E, não menos repentinamente, retorna-se à ternura. Apesar do nome, ``A Vaca" fixa-se na observação do humano fora das questões políticas (o que é original no cinema tcheco). Aí ganha pontos para um desenvolvimento suave, em que a narrativa convencional se deixa contaminar em determinados momentos pela observação dos personagens. Não é a melhor coisa que já se viu, mas também está longe de ser a pior. (IA) Filme: A Vaca Produção: República Tcheca, 1993, 86 min Direção: Karel Kachyna Elenco: Radek Holub, Alena Mikulová, Valerie Zawadská Onde: Masp (Grande auditório), hoje, às 17h, Cinesesc, domingo, às 22h (legendas em inglês) Texto Anterior: `Rio Bravo' volta à tela grande Próximo Texto: Texto supera direção em `Uma Vida Normal' Índice |
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