São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 1994 |
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Presos fazem 28 reféns durante 9 horas
RICARDO FELTRIN; PAULO FERRAZ
Os amotinados chegaram a fazer a barba, cortar os bigodes e a colocar roupas de presidiário em todos os reféns para confundir os policiais. Nenhum refém ficou ferido. Eles dizem que o presídio é superlotado e afirmam que são agredidos por policiais que trabalham no local. Eles reivindicavam transferência para outros presídios. A Casa de Detenção abrigava 757 presos e tem capacidade para 500. A rebelião começou durante o banho de sol, às 9h. Os presos Robson Teodoro, 22, Sandro Santos, 24, e Carlos Luciano, 26, invadiram a cela de segurança onde estava Benedito Bragante, 62, que estaria jurado de morte. Bragante foi morto a golpes de estilete, facas e por espancamento. Após a negociação com o secretário-adjunto de Administração Penitenciária, Antonio Ferreira Pinto, 21 presos foram transferidos. Durante a transferência, um deles atirou aos repórteres um bilhete no qual acusava a direção do presídio de maus-tratos. Outro detento afirmou que é comum os presos serem espancados pelos policiais do presídio. Alguns gritavam que seriam mortos. A maioria dos presos da Casa de Detenção de Parelheiros, considerada pelo Estado de segurança máxima, é condenada por roubo, homicídio e tráfico de drogas. O momento de maior tensão ocorreu às 16h40, quando cerca de cem policiais do Batalhão de Choque entrou no presídio. Um helicóptero da polícia também sobrevoava o local. Os policiais deixaram o presídio 20 minutos depois. Às 18h, um preso que negociava a libertação dos reféns e que se identificou como ``Jair Já Era", anunciou a libertação. Foram mobilizados pela polícia cerca de 200 soldados, 15 veículos e 30 homens da Cavalaria. O secretário-adjunto Antonio Ferreira Pinto afirmou que vai abrir hoje uma sindicância para apurar a denúncia de maus-tratos. Texto Anterior: `Castor quer ter uma vida normal', diz seu advogado Próximo Texto: Diretor foi um dos primeiros reféns Índice |
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