São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 1994
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Governo começa a abrir exceção no aperto ao crédito

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo começou ontem a relaxar as medidas de arrocho ao crédito. Circular do Banco Central excluiu do prazo máximo de três meses e do recolhimento compulsório de 15% os empréstimos feitos por fundos de bancos estaduais e financiamentos de linhas telefônicas e táxis.
A Folha apurou que o BC ainda estuda novas exceções ao arrocho, para tentar não comprometer a produção em setores em que não há explosão de consumo.
Uma das exceções prováveis são os consórcios de carros mais caros, que voltariam a ter prazo de cinco anos. Na avaliação do BC, o crescimento das vendas de automóveis está concentrado nos modelos mais baratos.
A equipe econômica pretende avaliar, dentro de duas semanas, o comportamento da economia após o lançamento das medidas de contenção ao consumo.
A análise vai determinar se o arrocho ao crédito será intensificado ou relaxado. A preocupação é evitar uma explosão de consumo em dezembro, mês de maior aquecimento do comércio.
Também ficaram isentas do compulsório operações em que um banco, numa mesma transação de comércio exterior, financia com mesmo prazo o exportador e o importador da mercadoria.
O BC informou que os juros cobrados pelos bancos dos exportadores em operações de ACC (Adiantamento de Contrato de Câmbio) são considerados como parte do empréstimo para efeito de cobrança do compulsório.
As compras de telefones e táxis poderão ser parceladas por prazo indeterminado e a juros menores que as demais.
Os juros ficam menores porque as operações estão isentas do recolhimento compulsório. Sem a obrigação de recolher os 15% ao BC, os bancos não precisam repassar o percentual aos juros.
Os bancos estaduais também poderão fazer financiamentos de longo prazo e juros mais baixos com dinheiro dos fundos formados por recursos orçamentários dos Estados, destinados a micro e pequenas empresas e a projetos sociais.
A exceção aos fundos estaduais foi concedida após pressão da Asbace (Associação Brasileirados Bancos Comerciais Estaduais).
Em reunião com o presidente do BC, Pedro Malan, na última segunda-feira, os bancos estaduais argumentaram que os fundos estaduais têm vocação semelhante à dos federais –excluídos do arrocho.

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