São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 1994
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Justiça decreta prisão de candidato no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

A juíza Elisabeth Gregory, do 4º Tribunal do Júri do Rio, decretou ontem a prisão preventiva do candidato a deputado estadual (PPR) Sotero Cunha, acusado de ser favorecido em tentativa de fraude na 13ª Zona Eleitoral.
O promotor Mendelsshon Pereira, que está acompanhando o inquérito que apura suspeitas de fraudes lideradas pela grega Maria Stravinou, disse que são cerca de 30 os nomes de candidatos encontrados no escritório de Stravinou e que poderiam estar tentando comprar votos.
Durante a apuração das eleições de 3 de outubro, que acabaram anuladas, o juíz da 13ª Zona, Rudi Loevenkron, prendeu em flagrante o apurador Marcos Dias Pereira, que estaria tentando fraudar votos em favor de Cunha.
O candidato não foi encontrado ontem pela Folha.
Funcionários da empresa Tecidos Cunhatex, de propriedade de Cunha, deram informações desencontradas à Folha sobre o paradeiro do patrão na tarde de ontem.
Primeiro, disseram que ele estava ``fora da empresa". Depois, afirmaram que tinha viajado.
Sotero Cunha é o primeiro candidato a ter a prisão decretada. De acordo com a legislação eleitoral, mesmo preso, ele poderá concorrer às novas eleições, que serão realizadas no dia 15 de novembro.
O candidato integrou o ``Centrão", grupo de parlamentares que lutou contra a esquerda e a centro-esquerda na Constituinte de 88. Sua principal base de apoio são os evangélicos.
Mais prisões
Por ordem da juíza Gregory, foi preso na madrugada de ontem Romeu Tonini, um dos
supervisores de digitação da 13ª Zona, que chefiava Marcos Pereira.
Os decretos de prisão expedidos pela juíza teriam sido decorrentes do depoimento de Pereira. O juiz Eudi Loevenkron se disse surpreso com a prisão da Tonini, que, segundo ele, auxiliou no flagrante de Pereira e merecia sua confiança.
Ontem, Maria Stravinou e seu sócio, Roberto Ricardo da Silva, prestaram depoimento durante quase quatro horas ao juíz Fernando Cabral, da 1ª Zona Eleitoral.
Até as 19h30, os depoimentos não haviam sido divulgados. Stravinou e Silva estão presos.
Pereira disse também que o corregedor eleitoral Paulo César Salomão já tem indícios da participação de pessoas do TRE em esquemas de fraude.

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