São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 1994
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PF notifica estrangeiros em navio para que deixem o país

LUIS HENRIQUE AMARAL
ENVIADO ESPECIAL A SANTARÉM (PA)

A Polícia Federal notificou ontem a entidade ambientalista Greenpeace para que os estrangeiros que estão no navio MV Greenpeace deixem o país em 24 horas.
O navio MV Greenpeace está no 17º dia de sua viagem pelos rios da Amazônia, na etapa brasileira da campanha mundial da entidade em defesa das florestas.
A medida foi tomada pela Superintendência da PF no Pará, após uma manifestação feita pelo Greenpeace em Santarém (PA).
Cerca de 30 ativistas do Greenpeace invadiram ontem às 14h40 (16h40 em Brasília) o navio ucraniano Kapitan Trubkin, ancorado no porto de Santarém.
Segundo a PF, os ambientalistas intervieram no trabalho do porto, o que é proibido pela legislação brasileira sobre estrangeiros. O Greenpeace informou que considera a decisão absurda e que recorreria ainda ontem à Justiça.
O objetivo da ação foi protestar contra o corte ilegal de árvores. Essa foi a primeira ação do Greenpeace feita sem planejamento prévio durante a viagem que o navio realiza no Brasil.
``Nós não poderíamos deixar de protestar vendo um navio lotado de madeira que provavelmente foi cortada de maneira ilegal", disse José Augusto Pádua, coordenador do Greenpeace.
O navio ucraniano está carregado com 40 mil toneladas de madeira para exportação. A tripulação não reagiu à invasão, mas gritou que o navio era território da Ucrânia e não poderia ser invadido.
Dois proprietários de madeireiras que estavam acompanhando o embarque na hora da ação criticaram o ato do Greenpeace.
``Toda essa madeira é fiscalizada rigorosamente pela Receita Federal, essa manifestação é ridícula", disse Alexandre Rizzi, da empresa Maderize.
Segundo Carlos Escher, proprietário da madeireira Escher, toda a madeira exportada vem de ``áreas de manejo florestal fiscalizado pelo governo brasileiro".

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