São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 1994
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Indústria de SP registra seu maior crescimento em 5 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria paulista obteve seu melhor desempenho dos últimos cinco anos em setembro. De acordo com o INA (Indicador do Nível de Atividades), divulgado ontem pela Fiesp, ela cresceu 13,3% –o melhor resultado desde agosto de 1989.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo informou ainda que o INA dessazonalizado (que desconta os efeitos de pico da atividade causados, por exemplo, pela demanda de produtos para o Natal) confirma a tendência de crescimento da indústria de São Paulo.
A expansão em setembro deste ano em relação ao mês anterior foi de 4,5%. Mario Bernardini, diretor de Economia da Fiesp, disse que esse crescimento era previsível, porque ocorreu no ``mês de pico" do aumento de consumo proporcionado pelo Plano Real.
As vendas reais feitas pelas indústrias confirmam isto. Elas aumentaram 33,1% no mês passado, em relação a setembro de 1993. E cresceram 6,4% em setembro deste ano relativamente a agosto. Os resultados de três meses do Plano Real mostram um forte crescimento da indústria paulista.
Na comparação de setembro com junho, os dados dessazonalizados registram crescimento de 11,6% para o INA e de 28,9% para as vendas reais.
A Fiesp observa que o nível de vendas reais para setembro, embora seja o mais elevado dos últimos cinco anos, encontra-se abaixo dos níveis atingidos no período 1985/89.
As horas trabalhadas na produção, embora apresentem redução em relação ao mesmo mês do ano passado (-1,9%), mostram, em termos dessazonalizados, um crescimento de 1% em setembro em relação a agosto.
O salário nominal médio subiu 2,2% em setembro sobre o mês anterior. Como setembro tem menos dias úteis que agosto e não é expressivo em termos de data-base para reajustes salariais, a Fiesp conclue que houve um crescimento do salário médio real, em setembro, de 1,4%, relativamente a agosto.
Com um ``excepcional" crescimento de 58,5% de janeiro a agosto deste ano em relação ao mesmo período de 1993, disse Bernardini, o setor de material elétrico e de comunicações, que inclui os produtos eletroeletrônico, lidera a evolução das vendas reais por setor.
Em segundo lugar ficou o setor de mecânica com 29,4%. O setores têxtil (-14,5%) e química (-13,0%) registraram as maiores quedas.
O IBGE divulgou ontem no Rio que a producao industrial nacional cresceu 3,6% em agosto na comparação com julho, a maior taxa desde dezembro de 93. Em relação a agosto de 93, o aumento foi de 10,8%. Para o acumulado dos primeiros oito meses do ano, o IBGE registra avanço de 5,3%.
Todos os setores industriais pesquisados registraram aumento em seus níveis de produção. As maiores taxas de crescimento foram obtidas pelas indústrias de bens de consumo (semiduráveis e duráveis), como bebidas (23,7%). O setor de perfumaria evoluiu 30,4%, o de produtos alimentares, 5,5, matérias plásticas, 8,6%, produtos farmacêuticos, 7,5%.
Segundo o IBGE, o aumento do consumo estimulado pelo Plano Real foi o principal motivo para o crescimento generalizado da produção industrial do país. As indústrias aumentaram rapidamente suas vendas para o comércio, que tinha reduzido seus estoques em julho, à espera da divulgação das medidas do plano de estabilização.

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