São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 1994
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Classe média passa a consumir mais

Preferência é por pré-datado e cartão

ALINE SORDILI
DA REDAÇÃO

O real deu um empurrão ao espírito consumista da classe média, mas não alterou os hábitos da classe alta.
Marina Alves, 22, professora e artista plástica, classifica-se como "típica consumidora". Realiza a maioria de seus gastos em cheques pré-datados e não possui cartão de crédito por acreditar que eles são "um estímulo para gastar mais".
Atualmente, Marina procura um financiamento para comprar um novo carro. Seu último carro, um Fusca ano 72, foi roubado e não tinha seguro. "As seguradoras cobram muito para fazer seguro de Fusca".
Antes do pacote anticonsumo, Marina ia dar entrada em um consórcio. "Optei pelo financiamento, apesar dos juros altos cobrados pelos bancos".
A professora Débora de Souza Campos, 27, passou a usar mais o cheque pré-datado. "Com isso, posso gastar mais e deixo algumas contas para o próximo mês", acredita ela.
Já seu pai, o empresário Arlirndo de Souza Campos, 57, afirma não realizar nenhum tipo de compra em prestações. "Não gosto de crediário", diz.
Christina Alves, 28, dona de uma boutique fechada de São Paulo, também não usa crediário. "Mas, depois do real, uso mais cartão de crédito".
Em sua loja, Christina observou um aumento de consumo por parte da classe média. "Pessoas da classe alta sempre gastaram com prudência".
Pagar mais contas com cartão de crédito também faz parte da vida pós-real de Jorge Luiz Lopes, 38, diretor de uma empresa de distribuição.
O real fez também com que Lopes trocasse "produtos nacionais por importados".

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