São Paulo, domingo, 30 de outubro de 1994
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Greenpeace forma tropa de elite para ações

LUIS HENRIQUE AMARAL
ENVIADO ESPECIAL A BELÉM (PA)

Quem entra na entidade ambientalista Greenpeace pensando que vai encontrar aventuras, viagens e ação logo descobre uma coisa: entrou no lugar certo.
Todos os 30 tripulantes do MV Greenpeace, que navega pelos rios da Amazônia em uma campanha contra a extinção das florestas, têm histórias para contar.
Alguns já ficaram na frente de arpões de caçadores de baleias no mar do Japão e outros vedaram tubos de navios que jogavam lixo atômico no mar da Irlanda.
Na linha de frente dos protestos está o chamado ``time de ação", formado em sua maior parte por jovens treinados em alpinismo, mergulho, direção de botes em alta velocidade e, no caso dos brasileiros, até em tai-chi-chuan.
O time é responsável pela concretização do principal objetivo do Greenpeace: criar fatos que chamem a atenção da imprensa internacional para ataques à ecologia. A entidade acredita que só a opinão pública pode pressionar os governos para que não permitam a devastação da natureza.
Até o ano passado, os voluntários da entidade no Brasil realizavam ações sem treinamento específico. Isso mudou. Os treinamentos do time brasileiro acontecem hoje em Parati (RJ).
Na coordenação do time está o empresário carioca Diduche Worcman, 58, que em 92 passou dois meses na tripulação do mais famoso entre os sete navios do Greenpeace, o Rainbow Warrior.
Worcman foi escolhido por ter certificado internacional de capitão de navio.
Para fazer parte do time, o voluntário passa por um período ajudando nos trabalhos burocráticos.
Depois de apresentado ao grupo, é feita uma consulta aos outros integrantes, que votam pela aceitação ou não do candidato.
``Nós somos os guerreiros modernos, que se jogam na frente de um arpão para defender a ecologia", diz Worcman.
Como coordenador do time, Worcman é responsável por contornar os momentos de tensão que ocorrem durante as ações.
Um dos primeiros integrantes do time de ação do Greenpeace foi o estudante Bruno Melanez, 19, que se juntou à entidade durante a ECO 92. ``Fui visitar o navio que estava ancorado no Rio e acabei me juntando ao grupo", diz.

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