São Paulo, domingo, 30 de outubro de 1994
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Preços dos carros usados devem baixar

DA REPORTAGEM LOCAL

As últimas medidas de restrição ao financiamento afetaram diretamente o mercado de carros usados e consórcios.
Segundo revendedores de automóveis usados, as vendas caíram em até 50%. ``Cerca de 80% dos usados eram financiados em mais de três meses. Esse mercado agora quase parou", afirma o supervisor de vendas Luiz Cláudio Freitas, da revenda Chevrolet Convel.
Antes da medida, o prazo máximo de financiamento, que hoje é de três meses, era de 36 meses. A diminuição do prazo gerou um aumento dos juros médios para 8% (antes era entre 5% e 6%).
A estimativa dos revendas é que os preços caiam entre 6% e 10% nos próximos 15 dias.
Para os consórcios a situação é pior. Há lojas que não vendem uma cota há uma semana.
O governo reduziu o prazo máximo do consórcio de 50 para 12 prestações e proibiu o lance.
Mas isso só vale para novos grupos. Nos grupos anteriores à medida, é possível encontrar comprar novo com prazo maior do que 12 prestações, pois muitos ainda não venderam todas as cotas.
O mercado de novos também não escapou. Na revenda Convel (GM), entre 30% e 40% dos clientes que estavam com a compra acertada cancelaram o pedido.
Para carros acima dos R$ 25 mil, não houve muitas mudanças, já que a maioria adquire o veículo à vista, ou dá um sinal e paga o restante em até três vezes.
A boa novidade pode ser a diminuição da fila para a compra dos ``populares", segundo avaliação de revendedores.
O gerente de vendas da Fiat Metropolitana, Carlos Ferraz, calcula que ``dentro de dois ou três meses a espera média por um Uno Mille que hoje está em cinco meses vai baixar para dois meses".
Fila de espera
Apesar da redução da procura, ainda falta carro novo.
Os ``populares" demoram de 45 dias (Escort Hobby 1.0) a mais de oito meses (Corsa e Uno Mille); Kadett, Escort e Tipo levam de 15 a 20 dias; Tempra e Santana chegam a uma semana, e Kombi demora cerca de 60 dias.

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