São Paulo, terça-feira, 1 de novembro de 1994
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Agroindústrias aguardam Natal gordo

JOSÉ ALBERTO GONÇALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos 8 milhões de aves nobres, como chesters e perus, estão sendo preparados pelas grandes agroindústrias do país para abastecer as festas natalinas.
Na avaliação das principais empresas do setor, as vendas neste final de ano devem crescer entre 10% e 15% em comparação a 93.
A Sadia promete não frustrar os consumidores de seu tradicional peru e está produzindo 15 mil t da ave, 15% a mais do que no mesmo período de 93.
Além disto, também elevou em 10% sua oferta de tender e presuntos especiais.
"Estamos preparados para aumentar em mais 3% a produção de tender, caso a procura supere a nossa previsão inicial", diz José Mayr Bonassi, diretor da Sadia.
Os produtos natalinos da Sadia chegam às gôndolas dos supermercados ainda este mês, amparados por uma campanha publicitária de cerca de US$ 1 milhão.
Desde julho, no início do real, até outubro, as vendas de aves nobres e derivados de suínos da Sadia cresceram 10% sobre o mesmo período de 93, segundo Bonassi.
Embora as agroindústrias consultadas pela Folha garantam estar preparadas para o Natal gordo, algumas não descartam a possibilidade de a demanda surpreender.
Empresas, como a Ceval, precisaram elevar suas importações de carne suína.
"Tivemos que aumentar nossas importações do Canadá para suprir a produção de derivados. Ainda assim, prevemos que o quadro de oferta e demanda será bastante apertado", alerta Carlos Hiroshi Fujii, diretor da Ceval.
Oscar José Ghizzi, do frigorífico Aurora, em Chapecó (SC), concorda com Fujii e acrescenta que o real antecipou a queima de estoques do setor.
"Isto é mais um indicador de que a oferta será bastante ajustada à procura neste final de ano", diz.
"Estamos recuperando mercado, mas as vendas deste Natal não devem superar as registradas entre 85 e 89", pondera Áureo Bonilha, da Batavo, de Castro (PR).
A Perdigão preferiu não se arriscar. Mudanças no comando da empresa e incertezas quanto à conjuntura levaram a empresa a manter o mesmo nível de produção de Chester e tender do ano passado.

LEIA MAIS:
Sobre o "Natal gordo" na pág. 6-3

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