São Paulo, terça-feira, 1 de novembro de 1994
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Banco Mundial muda postura ao avaliar projetos de risco ambiental

ANTONIO CARLOS SEIDL *

ANTONIO CARLOS SEIDL ; VICTOR AGOSTINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para fugir das críticas das organizações não-governamentais ambientalistas, o Banco Mundial (Bird) mudou a estratégia de seus financiamentos na América Latina.
As diretrizes dos projetos do futuro do Bird na América Latina e Caribe estão no relatório "A Partnership for Environmental Progress" (Uma Parceria para o Progresso Ambiental), que está sendo divulgado hoje em Washington e capitais da região.
Dennis Mahar, coordenador do relatório, diz que o Bird não quer correr mais o risco de "financiar desastres ecológicos".
Em seu último ano fiscal, encerrado em 30 de junho, o Bird emprestou US$ 4,7 bilhões a países latino-americanos, dos quais 70% para projetos ambientais ou com componentes ambientais.
A palavra-chave da nova geração de projetos no Brasil é parceria, afirma Mahar, economista que será o representante do Bird no país a partir de janeiro de 95.
"Em parceria com governos e ONGs, todos os nossos empréstimos na América Latina vão analisar os benefícios e os custos de seu impacto ambiental", afirma.
Reunida em detalhe agora neste novo relatório, a política ambiental do Bird começou a nascer na Eco 92, a conferência mundial sobre meio ambiente realizada em julho de 92, no Rio de Janeiro.
A nova teoria do Bird está sendo praticada no Brasil nos projetos Planaflora, em Rondônia, e Prodeagro, na Amazônia, desenvolvidos em "cooperação íntima" com ONGs, diz Mahar.
O superintendente-executivo da ONG mineira Biodiversitas, Ilmar Santos, diz que a nova postura do Bird é uma conquista das ONGs. Mas, para Santos, mais importante do que ouvir as ONGs, é desenvolver parcerias com elas.
"O Bird precisa ter um canal competente para identificar quais são as ONGs informadas e aparelhadas para dar opiniões relevantes", afirma Santos.

* Colaborou VICTOR AGOSTINHO, da Reportagem Local.

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