São Paulo, quinta-feira, 3 de novembro de 1994 |
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Covas e Rossi vão priorizar palanque eletrônico
CARLOS MAGNO DE NARDI
Convencidos de que os dividendos eleitorais dos chamados "showmícios" não compensam o caro investimento, os candidatos vão fazer corpo-a-corpo em grandes cidades do interior e dedicar a maior parte do tempo à produção do horário eleitoral. Um grande comício com a participação de artistas de primeiro nível não custa hoje menos do que R$ 100 mil. Só o cachê dos artistas que participaram do comício de encerramento da campanha do primeiro turno de Fernando Henrique Cardoso e Mário Covas, em Santos, por exemplo, custaria hoje pelo menos R$ 75 mil. Além do custo, os candidatos entendem que o pouco tempo disponível para a campanha do segundo turno impede a mobilização necessária para um comício. Para ampliar seu eleitorado, ambos entendem que a opção é investir num programa bem produzido para a TV. A estratégia dos candidatos, porém, pode esbarrar na falta de entusiasmo do eleitor pela propaganda política. À noite, a propaganda tem, em média, 45 pontos de audiência, contra os 55 obtidos por telenovelas da TV Globo. O índice é quase o mesmo do registrado em relação aos programas do primeiro primeiro turno. Entre os dias 2 de agosto e 25 de setembro, por exemplo, a propaganda teve audiência média de 44 pontos na Grande São Paulo. O número do Ibope indica que aproximadamente 1,7 milhão de domicílios estavam sintonizados nos programas políticos. O desinteresse do eleitor pela propaganda gratuita também foi aferido pelo Datafolha. 61% dos entrevistados não tinham assistido a nenhum programa político até a quinta-feira passada, data de realização do levantamento. Nos últimos dias de campanha, os candidatos vão evitar as críticas e priorizar na TV suas propostas de governo. O publicitário responsável pela campanha de Rossi, Francisco Malfitani, vai unir uma produção "dinâmica" com as propostas de Rossi para setores específicos (educação e saúde por exemplo) e ressaltar as realizações do candidato como prefeito de Osasco. Já a cúpula tucana pretende, além de associar a imagem de Covas à de FHC, mostrar suas propostas para caracterizar um suposto "melhor preparo" de Covas para governar São Paulo. Texto Anterior: "Acusações são velhas" Próximo Texto: OS PROBLEMAS DE SÃO PAULO Índice |
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