São Paulo, quinta-feira, 3 de novembro de 1994
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Medida reduz ganho de fundos

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) terá como principal consequência reduzir de forma compulsória a remuneração de fundos dos trabalhadores, como o PIS/Pasep e o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
A afirmação é do economista Carlos Alberto Longo, professor da Faculdade de Economia da USP. Segundo ele, além de representar "um engodo" para os trabalhadores, a medida será ineficaz no estímulo à produção.
"Os recursos disponíveis são poucos, cerca de US$ 2,5 bilhões. Eles serão leiloados e vão acabar beneficiando poucas empresas".
Para Longo, o importante é reduzir a taxa de juro de curto prazo, "que está subindo".
Geraldo Gardenalli, professor de Economia da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, vê pontos positivos na medida do governo. "Já é hora de aproximar as taxas de juros internas das taxas internacionais", diz.
Segundo o economista, os empresários já sairiam ganhando se a nova taxa ficasse entre 20% e 25% ao ano.
Mas considera difícil que os administradores do PIS e do FAT aceitem receber uma remuneração menor pelos seus recursos.
Gardenalli aponta como dificuldade para o sucesso da medida a existência de taxas de juro diferenciadas. "Os mercados do curto e longo prazo tendem a se comunicar", afirma.
(APF)

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