São Paulo, quinta-feira, 3 de novembro de 1994
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Conselho pode ir à Justiça

DA REPORTAGEM LOCAL

O texto da medida provisória que substitui a TR como indexador de contratos financeiros e cria a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) não agradou a Ivan Guimarães, 31, representante da Central Única dos Trabalhadores no Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Condefat).
Guimarães disse que o texto da MP pode estar tirando da remuneração dos recursos do FAT os juros de 5% a 6% ao ano. Se isso for constatado pelos advogados do Fundo, Guimarães informou que vai entrar com ação na Justiça para suspender a medida provisória.
Os advogados começam hoje a analisar o texto para ver se realmente os juros estão excluídos. O representante da CUT diz que a elaboração do texto deveria ser feita de forma mais democrática, ou seja, com a participação de todos os interessados –governo, empresários e trabalhadores.
Guimarães entende que a troca da TR por outro índice é correta, pois hoje o custo do dinheiro está muito alto (cerca de 12% acima do IGP-M). Incluindo os juros de 5% a 6% ao ano, dá 18% acima da inflação. "Isso desestimula o investimento e a geração de novos empregos", afirma.
Apesar de concordar com a troca, Guimarães critica o índice. "Um índice de juros de longo prazo deve ser estável. É preciso saber quanto se pagará no final do contrato. O índice do governo não diz isso, não dá essa estabilidade ao tomador do empréstimo."

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