São Paulo, quinta-feira, 3 de novembro de 1994
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Violência desfalca torcida organizada

MÁRIO MOREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A violência nos estádios afetou uma das principais torcidas organizadas do Guarani. Cerca de 10% dos sócios desistiram de ir ao jogo de ontem contra o Palmeiras.
Segundo o presidente da Torcida Jovem, Adriano Vieira, a preocupação dos torcedores é maior quando as partidas são disputadas na cidade de São Paulo.
"Eu não tenho medo, mas sinto que existe uma certa ansiedade nos nossos componentes cada vez que enfrentamos um time grande paulistano", disse o torcedor.
Ele conta que o temor também chegou a sua família. Vieira, 23, deixou de levar o filho Felipe Augusto, 3 anos e 10 meses, e a mulher Nithia, 22, aos estádios.
"Só levei o Felipe a três jogos no campo do Guarani contra times de outros Estados, quando não havia perigo de guerra de torcidas. Mas agora desisti, porque a coisa está muito perigosa", afirmou.
A relações-públicas da Torcida Jovem, Vanessa Carneiro, 17, declarou que os sócios preferem acompanhar o Guarani em jogos no Rio de Janeiro a vir à capital para as partidas contra o São Paulo, Corinthians e Palmeiras.
Ontem, segundo Vieira, outra torcida organizada do Guarani, a Guerreiros da Tribo, deixou de ir ao jogo porque numa partida em Campinas entrou em atrito com torcedores palmeirenses.
Vieira admitiu a participação de alguns integrantes da Torcida Jovem na briga que resultou na morte de um torcedor corintiano durante o jogo Guarani x Corinthians, no último dia 12.
"O problema naquele dia foi que a Gaviões da Fiel estava no tobogã do estádio, que é a casa dos bugrinos. Ali a gente não pode segurar ninguém", disse Vieira.
Ele diz que os presidenes das torcidas de Campinas se mobilizou contra a violência.
(MMo)

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