São Paulo, quinta-feira, 3 de novembro de 1994 |
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"AMAR, VERBO..." O título do livro "Amar, Verbo Intransitivo", de Mário de Andrade, explora exatamente a intransitividade desta concepção de amor associada à noção de intransitividade gramatical. A estranheza da obra vem do fato de ser o verbo "amar" amplamente divulgado como transitivo (daí a ambiguidade e o jogo irônico bem trabalhados pelo autor). O livro, escrito entre 1923 e 1924, foi publicado somente em 1927. Romance essencialmente moderno sob dois pontos: a técnica narrativa e a concepção do enredo. Quanto à técnica de escrever, o narrador oscila entre a terceira pessoa onisciente, mas que todo momento se interpõe, isto é, apresenta-se com recursos de primeira pessoa. O autor parece não se contentar com a distância, não quer permanecer longe dos fatos narrados. Dessa maneira, constantemente interfere, emitindo opiniões, desviando o assunto, colocando suas dúvidas e seus desassossegos perante os destinos dos personagens. Texto Anterior: O QUE DIZ A LEI Próximo Texto: "ROMANCEIRO" Índice |
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