São Paulo, quinta-feira, 3 de novembro de 1994
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Vinho sul-africano está entre os melhores

SILVIO CIOFFI
DO ENVIADO ESPECIAL À ÁFRICA DO SUL

Província do Cabo, com caves de arquitetura colonial e muitos vinhedos, é o endereço etílico sul-africano

Parafraseando Napoleão, alguém diria que mais de três séculos nos separam do dia em que a Província do Cabo –sede de quase toda a indústria vinícola sul-africana– iniciou sua produção.
No início, em 1652, as videiras foram trazidos da Espanha pelo holandês Jan van Riebeek.
Há quem afirme que, até fevereiro de 1659, quando as primeiras uvas foram prensadas na região, o mun
Mas foi a chegada dos franceses huguenotes, em 1685, que trouxe ao Cabo o segredo do bom vinho.
Hoje a África do Sul produz anualmente 9 milhões de hectolitros e é 12ª produtora mundial de vinho. Suas caves com arquitetura colonial do Cabo são objeto de peregrinação etílico-turística.
Lugares como Stellenbosch, fundada em 1679 e segunda mais antiga cidade do país, Franschoek e Paarl são epicentros dessa indústria e as rotas de vinho na Província do Cabo –onde os vinhedos ocupam 92 mil hectares– têm estradas bem pavimentadas.
Mas Stellenbosch é também uma cidade-desejo. Produz maçãs, pêssegos e trigo, é centro de cooperativas, de campus universitário e de três institutos de pesquisa.
Com 60 prédios do século 18 e casas transformadas em pequenos museus, Stellenbosch tem ar cristalino e é cercada por montanhas.
Boeschendal, nos arredores de Paarl, Franschhoek e Tullbagh têm o mesmo clima ameno, construções coloniais caiadas com telhado de sapé e montanhas escarpadas que lembram que essas cidadezinhas estão em plena África.
Embora a região vitivinícola do Cabo seja coberta por carvalhos, os vinhos são envelhecidos em tonéis importados. É que a madeira dessas árvores trazidas pelos pioneiros não tem as características dos carvalhos da Europa.
Qualidade
A África do Sul classifica sua produção vinícola desde 1972 e os melhores vinhos costumam trazer a marca WOS ("Wines Of Origin Superior") no rótulo.
Algumas garrafas têm no gargalo um código de cores com faixas em tons de azul, vermelho e verde, indicativas da procedência, safra e da variedade das uvas empregadas na produção do vinho.
Os melhores vinhos sul-africanos são equiparados aos bons do mundo e cerca de 60% da produção nacional é exportada.
A qualidade desses vinhos é em parte creditada ao solo rico em minerais da Província do Cabo.
A África do Sul produz ainda vinhos do tipo porto e "brandies" (conhaques) para Napoleão nenhum botar defeito.
(SC)

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