São Paulo, sexta-feira, 4 de novembro de 1994
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Itamar pede sigilo sobre operação no Rio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Itamar Franco voltou atrás e convidou ontem de manhã o governador Nilo Batista para participar da reunião, que começou às 17h50, e definiu a operação antiviolência no Rio de Janeiro.
A reunião terminou às 20h30. Por determinação do presidente, tudo foi considerado sigiloso e nada foi divulgado. "Não posso falar nada, nada mesmo", disse o almirante Arnaldo Leite Pereira, ministro-chefe do Emfa (Estado-Maior das Forças Armadas).
Além de Itamar, Nilo e Arnaldo Leite, participaram os outros três ministros militares (Exército, Aeronáutica e Marinha) e mais os ministros da SAE, da Justiça e o chefe do comando único, o general Câmara Senna.
Itamar decidiu convidar o governador do Rio para não alimentar a polêmica de que o Planalto estava decidindo tudo à revelia do governo do Estado. Marcada desde terça-feira, a reunião não previa a participação de Nilo.
Perguntado sobre a convocação de última hora do governador, o ministro da Justiça, Alexandre Dupeyrat, limitou-se a dizer, às 16h, que estava sabendo daquela notícia naquele momento. Anteontem, Dupeyrat havia dito que Nilo não iria participar da reunião.
Anteontem, Nilo surpreendeu-se ao saber pelos jornalistas que a meta do governo federal é executar 300 mandados de prisão de pessoas ligadas ao tráfico de drogas. A meta fora anunciada por Dupeyrat, em Brasília.
Formalmente, Nilo Batista chama de "intriga" a notícia de que tenha sido excluído das primeiras discussões.
"Há um entrosamento muito grande entre o governo federal, o Exército e o governo do Rio", disse ao desembarcar em Brasília, às 16h20. Ele chegou ao Planalto 50 minutos antes da reunião.
Nilo foi o primeiro a deixar o Planalto. Saiu às 19h16, e, antes de embarcar de volta ao Rio, disse apenas que a reunião tinha sido "ótima". Um jantar com desembargadores do Rio foi a justificativa do governador para ter abandonado a reunião no meio.
Ontem, quando os fotógrafos registravam o início da reunião, Itamar mandou o general Câmara Senna esconder das lentes das máquinas fotográficas o relatório detalhado das ações.

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