São Paulo, sábado, 5 de novembro de 1994
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Expectativa de inflação eleva juro do CDB

RODNEY VIRGILI
DA REDAÇÃO

Os juros dos CDBs (Certificados de Depósito Bancário) estão em alta. As taxas dos CDBs subiram ontem 1,05 ponto percentual em relação ao dia anterior. A expectativa inflacionária para novembro está sendo revista de 3% para 4%.
A Bolsa de Valores de São Paulo registrou alta de 3,51%. A alta pode ter sido momentânea, pois o volume foi fraco (R$ 198,8 milhões, contra R$ 268,2 milhões no dia anterior).
Para explicar a alta, os analistas citaram as declarações do ministro Ciro Gomes defendendo a privatização da Telebrás e o fim do monopólio da Petrobrás.
Representantes do mercado de capitais estiveram no Japão em visita a autoridades governamentais e realizando palestras sobre o Brasil para instituições financeiras japonesas.
Gilberto Biojone Filho, superintendente-geral da Bovespa, observa que as palestras sobre o mercado de capitais brasileiro foram oportunas, pois os investidores japoneses estão diversificando suas aplicações financeiras e têm "muita curiosidade sobre o Brasil".
Algumas corretoras japonesas estão formando fundos de investimento em Bolsas da América Latina e o mercado brasileiro mostra-se promissor, diz Biojone. Segundo o dirigentes, as personalidades japonesas visitadas pelos representantes da Bolsa paulista foram unânimes em suas afirmações: acreditam ter sido iniciado no Brasil um ciclo de estabilidade e de prosperidade.
Há interesse dos investidores em participar das privatizações da Eletrobrás e da Vale do Rio Doce.
O Banco Central não atuou ontem no mercado cambial. Os operadores afirmam que houve entrada mais expressiva de dinheiro externo ontem e crescimento nos fechamentos de câmbio de exportações. A cotação do dólar comercial para venda voltou a cair e foi igual ontem a do paralelo.
No exterior, o juro dos títulos de 30 anos nos EUA alcançou ontem 8,10% ao ano, o maior nível em quase quatro anos. As Bolsas no exterior estão em baixa.
(Rodney Vergili)

JUROS Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,146% no último dia 1º. A taxa média do over foi de 5,96% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa/over média foi de 6,06% ao mês.
CDB e caderneta
As cadernetas rendem 3,3635% no dia 5. Os CDBs prefixados para 31 dias pagaram entre 40% e 62,6% ao ano. Os papéis pós-fixados pagaram taxas entre 16,5% e 17,0% ao ano mais a TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 7,45% ao mês. Para 31 dias (capital de giro): as taxas brutas variaram entre 63,0% e 87,8% ao ano.

No exterior
Prime rate: 7,75%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 46.666 pontos, com alta de 3,51% e volume financeiro de R$ 198,8 milhões, contra R$ 268,2 milhões no dia anterior. Rio: evolução de 3,1% (I-Senn), fechando com 21.251 pontos e volume financeiro de R$ 54,58 milhões.

Bolsas no exterior
O índice Financial Times da Bolsa de Londres fechou com 2.371,70 pontos, contra 2.377,20 no dia anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 19.811,56 pontos, sendo que no dia anterior foi feriado.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,843 (compra) e R$ 0,845 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado ontem a R$ 0,843 (compra) e por R$ 0,845 (venda). "Black": R$ 0,838 (compra) e R$ 0,845 (venda). "Black" cabo: R$ 0,840 (compra) e R$ 0,845 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,830 (compra) e R$ 0,860 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 0,87%, fechando a R$ 10,29 o grama na BM&F, movimentando 1,19 tonelada.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,6097. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5242 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 97,72 ienes.
A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 383,50, contra US$ 383,10 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para novembro foi de 4,22% ao mês e de 4,65% ao mês para dezembro.
No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,860 para novembro e de R$ 0,882 para dezembro.
O índice Bovespa no mercado futuro para dezembro fechou a 48.200 pontos.

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