São Paulo, segunda-feira, 7 de novembro de 1994 |
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Franquear o Castelo Rá-Tim-Bum
MARCELO CHERTO; MARCUS RIZZO MARCELO CHERTO e MARCUS RIZZOAcabamos de voltar de uma viagem de quase dez dias aos EUA, visitando várias empresas franqueadoras junto com nossos alunos da Franchising University. Demos umas escapadinhas para ir a uns shoppings da vida. Entramos em algumas da Disney e outras da sua concorrente Warner Brothers que estão se espalhando como gafanhotos numa plantação verdinha. No caso, o verde é o das notas de dólar. São lojinhas cheias de tudo quanto é produto com os personagens da Disney numa e os da Warner, no outro caso. Os itens a venda vão de copinhos plásticos da Pequena Sereia e capas de chuva do Mickey, de vídeos do Mogli e CDs de A Bela e a Fera a cuecas do Taz, calcinhas do Hortelino e gravatas do Pernalonga, de livros e jogos do Pato Donald a moletons do Rei Leão. Com muita grana envolvida. No fundo, quando um dos dois estúdios lança um filme qualquer, está de olho não apenas na receita de bilheteria, mas também (e talvez principalmente) nas vendas de toda a bagulhada que a molecadinha vai querer consumir. Sem querer entrar em questões filosóficas a respeito da conveniência, ou não, de se estimular o consumismo na garotadinha (Filosofia é com o caderno Mais!, aos domingos), mas partindo da constatação de que o consumismo é, de certa forma, uma característica da nossa civilização atual e um fato da vida, temos pensado: por que a idéia não pode ser melhor aproveitada aqui no Patropi? Por que diabos será que a rapaziada que produz o melhor programa de TV infantil de todos os tempos, o Castelo Rá-Tim-Bum, ainda não deu um jeito de lançar roupas, jogos e outros trecos com o Doutor Abobrinha, o Nino, a Celeste e os demais personagens do Castelo? E, melhor ainda, por que não se cria logo uma loja com a cara e o clima do Castelo para vender esses produtos para, em seguida, franquear essa loja e ter uma em cada shopping do Brasil? Pelo menos a dona Fernanda Cherto e o seu Ricardo Cherto estão loucos para ter bagulhinhos com as caras dessa gente toda. E, certamente, outros garotos também. MARCELO CHERTO é diretor da Cherto & Rizzo. MARCUS RIZZO é presidente do Instituto Franchising. São professores da FGV e da Franchising University e autores de livros sobre o tema. Texto Anterior: Promoção versus petração Próximo Texto: Um PhD para Ciro Índice |
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