São Paulo, terça-feira, 8 de novembro de 1994
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Empresário diz ter sido torturado em DP de Manaus

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

O empresário gaúcho Luís Paulo Muller, 34, acusa policiais civis de Manaus (AM) de terem o levado para uma delegacia e o submetido a uma sessão de tortura.
O fato teria ocorrido na última quinta. Segundo o advogado do empresário, Rodrigo Dias de Almeida, seu cliente estava trabalhando em sua empresa, a distribuidora de feijão Agrisan, quando três policiais o obrigaram a acompanhá-los até o carro.
"Os policiais apresentaram uma intimação tida como especial. Não permitiram que Muller ligasse para o seu advogado", disse Almeida.
Segundo ele, o empresário foi levado ao 1º DP de Manaus, onde teria sido trancado em uma cela. Um dos investigadores que o prendeu, Édson Barbosa Maciel, teria começado a interrogá-lo.
"Esse investigador deu vários socos em Muller", disse o advogado. Depois de solto, o empresário procurou seu advogado, que denunciou o fato à Corregedoria-Geral de Polícia de Manaus.
O delegado-titular do 1º DP, Marcondes Luniere, afirmou que Luís Paulo Muller foi convocado a depor porque o pedreiro Alfredo Barbosa Maciel havia se queixado naquela delegacia de que Muller teria o ameaçado de morte.
Segundo o advogado Almeida, o pedreiro é pai do investigador Maciel –acusado de tortura– e estava trabalhando para Muller.
O delegado Luniere afirmou que Muller não foi espancado. O empresário fez exame de corpo de delito, que deve ficar pronto nos próximos dias. O investigador Édson Barbosa Maciel não foi localizado.

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