São Paulo, terça-feira, 8 de novembro de 1994
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Dólar comercial tem queda e Bolsas sobem

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Dólar comercial cai e Bolsas sobem Importações superam exportações e a entrada de dinheiro estrangeiro é maior do que as saídas
A cotação de venda do dólar comercial atingiu R$ 0,836 no fechamento de ontem, a menor desde 14 de outubro (R$ 0,829). Apesar do Banco Central ter realizado leilões informais de compra de dólar, as cotações da moeda norte-americana caíram.
Os dados do Banco Central neste mês até a última sexta-feira demonstram inversão no fluxo de divisas cambiais.
Nas operações comerciais, as importações superaram as exportações em US$ 30 milhões. No mesmo período do mês anterior, o fluxo comercial era positivo em US$ 285,9 milhões.
Já nas operações financeiras, a entrada de dinheiro externo este mês passou a superar a saída em US$ 130,8 milhões. No mesmo período do mês anterior, as saídas de recursos superavam as entradas em US$ 344,8 milhões.
A entrada de maior volume de recursos estrangeiro na economia está provocando queda nas cotações do dólar comercial.
No mercado de renda fixa, o dia foi tenso. Os maiores bancos do país –responsáveis pela compra de 65% dos títulos públicos– passaram a maior parte do dia de ontem com dúvidas a respeito da possibilidade de participarem do leilão de hoje de BBCs, por causa de pequenas pendências junto ao Ministério da Fazenda.
Só no final da tarde, foram avisados pelo Banco Central de que poderiam participar hoje do leilão de BBCs de 35 dias e que eventuais pendências serão resolvidas no prazo de 30 dias.
Os índices das Bolsas de Valores operaram em alta com ligeiro crescimento no volume de negócios. Há quem acredite que a Bolsa chegou ao "fundo do poço", apesar de que o dinheiro estrangeiro está caindo em "gotas", aguardando a definição do próximo governo.
O presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Thomás Tosta de Sá, diz que a tendência da participação estrangeira nas Bolsas é crescente a médio prazo. Os investidores estão no aguardo da reforma da previdência e da aceleração do processo de privatização.
Na Conferência de Iosco –que reúne 62 CVMs– ao final de outubro no Japão ficou acordado que o Conselho dos Reguladores das Américas deverá se reunir em maio no Brasil, o que seria um sinal do interesse dos investidores estrangeiros no país, diz Sá.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,146% no último dia 3. A taxa média do over foi de 5,97% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa/over média foi de 6,08% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas rendem 3,0190% no dia 8. Os CDBs prefixados para 30 dias pagaram entre 40% e 68,2% ao ano. Os papéis pós-fixados de 120 dias pagaram taxas entre 16,5% e 17,0% ao ano mais a TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 7,61% ao mês. Par a 30 dias (capital de giro): as taxas brutas variaram entre 63,0% e 70,55% ao ano.

No exterior
Prime rate: 7,75%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 48.087 pontos, com alta de 3,04% e volume financeiro de R$ 209,8 milhões. Rio: elevação de 3,2% (I-Senn), fechando com 21.939 pontos e volume financeiro de R$ 61,92 milhões.

Bolsas no exterior
O índice Financial Times da Bolsa de Londres fechou com 2.350,60 pontos, contra 2.371,70 no pregão anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 19.619,22 pontos ontem, contra 19.811,56 pontos no pregão anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,835 (compra) e R$ 0,836 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado na última sexta-feira a R$ 0,843 (compra) e por R$ 0,845 (venda). "Black": R$ 0,835 (compra) e R$ 0,845 (venda). "Black" cabo: R$ 0,838 (compra) e R$ 0,841 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,82 (compra) e R$ 0,85 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 1,07%, fechando a R$ 10,18 o grama na BM&F, movimentando 1,45 tonelada.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,6143. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5180 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 97,31 ienes.
A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 382,10.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para novembro foi de 4,19% ao mês e de 4,55% ao mês para dezembro.
No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,854 para novembro e de R$ 0,875 para dezembro.
O índice Bovespa no mercado futuro para dezembro fechou a 50.400 pontos.

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