São Paulo, terça-feira, 8 de novembro de 1994
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Treineiro prejudica, diz coordenadora

MARIANA SCALZO; LUÍS PERES
DA REPORTAGEM LOCAL

A coordenadora do vestibular da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Ângela Maria Vidigal Fernandes, acha que os treineiros são prejudiciais aos reais candidatos.
Além disso, segundo ela, envolvem um gasto enorme. "É um número muito grande, não dá para ignorar. Tenho que alugar outros prédios para a realização das provas, fica muito caro."
A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) também proibiu a participação dos candidatos pelos mesmos motivos.
Para o treineiro de exatas, José Thomaz Devecz Penteado de Luca, 16, "é importante fazer para saber como é. O método da Fuvest, de deixar uma carreira só para treineiros, é melhor ainda. Agora temos mais chances de chegar à segunda fase e estamos competindo com pessoas do nosso nível".
A treineira à carreira de humanidades na Fuvest, Maya Garcia Câmara, 16, acha que "é importante fazer a prova um ano antes para conhecer a linguagem do vestibular e a maneira das matérias serem abordadas".
O ex-treineiro Leonardo José Oliveira Lourenço, 17, vestibulando de medicina, foi o segundo colocado na carreira de treineiros/biológicas na Fuvest 94.
"É fundamental fazer para conhecer todo o processo, desde as inscrições até as provas. É bom ter uma noção da parte burocrática. Na hora H você nem se preocupa com esse lado", diz.
Na Fuvest
O vice-diretor da Fuvest, José Atílio Vanin, 50, diz que compreende a proibição das universidades de Minas e Rio. "Antes das carreiras fictícias, era um transtorno administrativo", afirma
Segundo ele, nos dias de matrículas, funcionários das unidades eram deslocados para receber um grande número de pessoas fazendo matrícula e poucos compareciam.
"Em carreiras em que 20% a 30% eram treineiros, isso era terrível. Houve época em que já estávamos em março e as vagas não haviam sido preenchidas", conta o vice-diretor.
Até as carreiras fictícias, os cursos preferidos pelos treineiros da Fuvest eram os de menos de dez candidatos por vaga. "Decidimos não proibir porque avaliamos que é importante o candidato treinar."
Ele discorda dos treineiros que afirmam que a criação das carreiras fictícias fez com que a competição "perdesse a graça" porque não disputam as vagas com os candidatos reais.
"Eles recebem boletins com suas notas mínimas, médias e máximas. Assim, são perfeitamente capazes de avaliar seu desempenho ", diz Vanin.
(Mariana Scalzo e Luís Perez)

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