São Paulo, quarta-feira, 9 de novembro de 1994
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Mulher de Cristovam Buarque foi contratada sem concurso na Câmara

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Gladys Buarque, mulher do candidato do PT ao governo do Distrito Federal, Cristovam Buarque, foi contratada em 1984, sem concurso, em um "trem da alegria" promovido pela Câmara.
A denúncia foi distribuída ontem pela assessoria do candidato Valmir Campelo (PP).
A mulher de Buarque, formada em sociologia e atualmente funcionária da biblioteca da Câmara, foi efetivada como assessora administrativa pela presidência da Casa em dezembro de 1984. Já trabalhava na Câmara havia um ano.
A Folha apurou que Gladys foi contratada pela Câmara pelo deputado Fernando Lyra (PSB-PE), de quem o marido foi posteriormente assessor, no Ministério da Justiça.
No "Diário Oficial" em que foi publicada sua nomeação, Gladys aparece como funcionária da primeira-secretaria, quando o cargo era exercido por Lyra.
O presidente da Câmara era o então deputado Flávio Marcílio (do extinto PDS-CE). A nomeação seguia uma resolução de 1962.
Uma nova resolução foi publicada pelo próprio Marcílio, pouco antes da nomeação de Gladys e outras 15 pessoas.
Gladys não quis se manifestar. Alegou não ser "candidata a nada". A assessoria de Buarque admitiu que não houve concurso, mas disse que tudo teria ocorrido "de acordo com a lei" da época.
A lei foi uma resolução assinada também por Flávio Marcílio e que previa a criação de novos cargos a serem preenchidos "metade mediante concurso público e metade por ascensão funcional".
Antes de ser efetivada, segundo a assessoria de Cristovam, Gladys ocupava "cargo de confiança".

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