São Paulo, quarta-feira, 9 de novembro de 1994 |
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Traficantes atiram contra prédio do IML
SERGIO TORRES
Segundo a Polícia Militar, o morro é controlado por Flávio Pires da Silva, o Flávio Negão, suposto chefe do tráfico de drogas em Vigário Geral, favela na divisa da zona norte com Duque de Caxias. Mais do que identificar quem atirou contra o IML, a polícia buscava na invasão prender Flávio Negão e seu grupo, mas fracassou. Na semana passada, Flávio Negão concedeu entrevista à Folha dentro da favela de Vigário Geral. A favela Vila Operária fica em frente a um cemitério e ao IML de Caxias. Há 20 dias, a Polícia Civil passou a deixar um carro de plantão na porta do IML, a fim de proteger os legistas dos constantes tiroteios no morro. O diretor do IML, Nei Autran, disse que desde então telefonemas anônimos passaram a ameaçar os funcionários. "Eles diziam que o carro da polícia estava atrapalhando o tráfico de drogas", afirmou. Segundo o diretor, às 23h de anteontem uma voz de homem anunciou que a portaria do IML seria metralhada. Os legistas fugiram às pressas para a delegacia de Duque de Caxias. À 1h, três tiros atingiram o IML, atravessando paredes e janelas. Como o prédio estava vazio, ninguém se feriu. A perícia constatou que os tiros partiram de um fuzil AR-15, disparado do alto da favela. Toque de recolher O traficante Flávio Negão impôs o toque de recolher aos moradores de, pelo menos, três bairros de Duque de Caxias. A ordem foi dada há cerca de duas semanas: de acordo com as determinações de Negão, nenhum morador pode circular depois das 22h nos bairros de Vila Operária, Chacrinha e Vila São Luiz. A situação nos bairros foi comunicada, no último dia 1º, em ofício da promotora Tânia Maria Salles Moreira, da 4ª Vara Criminal de Caxias, para o procurador-geral de Justiça, Antônio Carlos Biscaia. Texto Anterior: Globo contesta reação do grupo SOS Racismo Próximo Texto: Bala perdida mata mulher Índice |
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