São Paulo, quarta-feira, 9 de novembro de 1994 |
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Greve deixa 3,5 milhões sem ônibus em São Paulo
DANIEL CASTRO; RICARDO FELTRIN
A CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos) estima que dos 3,5 milhões de usuários prejudicados 2,5 milhões ficaram sem transporte algum. Segundo a empresa, 1 milhão de pessoas recorreram aos trens e ônibus clandestinos. Às 7h, no pico da manhã, apenas 9,7% dos ônibus estavam circulando. O índice de ônibus em circulação subiu para 28% às 17h. Em assembléia à tarde, os grevistas decidiram continuar a paralisação hoje. Na assembléia, havia cerca de 200 trabalhadores, de uma categoria que reúne 40 mil profissionais. Os grevistas reivindicam 15,67% de aumento. A decisão pela continuidade da greve foi uma resposta à ameaça do prefeito Paulo Maluf de não negociar com o sindicato e de demitir todos os funcionários que não foram trabalhar. À tarde, Maluf se reuniu com representantes dos empresários e transmitiu a decisão. "Essa greve é abusiva e ilegal. Não temos nada a negociar", disse Maluf. Sergio Pavani, presidente da Transurb (sindicato das empresas de ônibus), disse que as demissões vão ocorrer independentemente de o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) julgar a greve ilegal. Segundo Pavani, as empresas não têm como atender à reivindicação dos trabalhadores. Edvaldo Santiago, presidente do sindicato dos motoristas, disse que a adesão à greve foi de 80%. A greve também prejudicou o funcionamento de hospitais. No Hospital das Clínicas (HC), cinco cirurgias deixaram de ser feitas devido à falta de atendentes e auxiliares de enfermagem. Segundo a CET, o total de congestionamentos chegou a 136,5 km às 9h. Esse índice, normalmente, chega a 70 km. (Daniel Castro e Ricardo Feltrin) Texto Anterior: Corpos são achados em terreno Próximo Texto: Greve faz parte de campanha Índice |
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