São Paulo, domingo, 13 de novembro de 1994
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Chile agora integra o maior bloco do mundo

RENATO MARTINS
DA REDAÇÃO

O Chile assumiu na sexta-feira sua posição no fórum da Apec (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico), bloco econômico que agrupa 50% da produção mundial e 46% do comércio global.
Espero que o Chile possa compartilhar a experiência que tem em matéria econômica e ao mesmo tempo possa aprender com a região mais dinâmica do mundo , disse o ministro das Relações Exteriores José Miguel Insulza na reunião de chanceleres e ministros da área econômica que precede o encontro de cúpula da terça-feira em Bogor (Indonésia).
A Apec também reúne EUA, Japão, China, Canadá, México, Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura, Hong Kong, Tailândia, Malásia, Indonésia, Brunei, Austrália, Nova Zelândia, Filipinas e Papua-Nova Guiné, que somam um PIB de US$ 12 trilhões e uma população de 2,2 bilhões.
Colômbia e Peru já se candidataram a integrar o grupo, mas a Apec decidiu congelar novas adesões por três anos.
No mesmo encontro, o secretário de Estado norte-americano, Warren Christopher, disse que a eliminação de obstáculos ao comércio livre e ao fluxo de investimentos é o elemento básico da política externa dos EUA.
Ele disse que o Congresso norte-americano vai ratificar até o fim do ano a Rodada Uruguai do Gatt (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), mesmo levando em conta a maioria obtida esta semana pelo Partido Republicano, de oposição.
O secretário de Estado ofereceu aos países da Apec tecnologia norte-americana para estabelecer uma rede de comunicações multimídia através do oceano Pacífico, como forma de encorajar projetos conjuntos e a liberalização comercial.
Antes de reunir-se em Jacarta com o chanceler chinês, Qian Qichen, Christopher disse que algumas sanções econômicas impostas pelos EUA à China após o massacre de Tiananmen (1989) serão mantidas até que melhore o respeito aos direitos humanos no país.
A China se queixa de oposição norte-americana à sua entrada na OMC (Organização Mundial de Comércio), que substituirá a estrutura do Gatt a partir de 1995. Washington argumenta que Pequim ainda precisa regulamentar a abertura de seu mercado e implementar proteção à propriedade intelectual.
Segundo o representante comercial norte-americano, Mickey Kantor, o assunto deverá ser discutido pelos presidentes Bill Clinton e Jiang Zemin em Bogor.
Jiang passou os últimos dias em Kuala Lumpur (Malásia). Ele discutiu com o premiê Mahathir Mohamad a proposta malasiana de formar um fórum econômico regional asiático que exclua os EUA.
O presidente chinês ressaltou, porém, a posição de que esse fórum mais restrito se mantenha dentro da organização mais ampla.
A Malásia boicotou o último encontro de cúpula da Apec, em novembro de 1993 em Seattle (EUA) e reclama de excessiva influência norte-americana no fórum.
Na sexta-feira, a ministra malasiana da Economia, Rafidah Aziz, discursou contra fixar um prazo para a consolidação do livre comércio através do Pacífico. Os demais integrantes do fórum defendem um prazo –embora países mais desenvolvidos, como EUA e Japão, prefiram o ano 2010, enquanto os demais acham melhor esperar até 2020.

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