São Paulo, domingo, 13 de novembro de 1994
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SBT faz jornada dupla para pôr no ar sua segunda novela

MARCELO DE SOUZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Parecem os velhos tempos da TV. Como se fosse uma pequena emissora da década de 60, o SBT transcende os problemas de infra-estrutura contando apenas com o apoio de profissionais talentosos e empenhados na mesma causa.
Em busca da sedimentação de seu núcleo de dramaturgia, a emissora parte para sua segunda novela –"As Pupilas do Senhor Reitor", que estréia dia 28.
Longe ainda, é claro, da produtividade da Globo, que roda, ao mesmo tempo, três novelas e conta com cem profissionais –excluído os atores– em cada uma delas.
No SBT, a infra-estrutura é menor e, consequentemente, o trabalho é maior. Nas últimas semanas, por exemplo, o núcleo passou momentos de apuro ao ter que rodar duas novelas ao mesmo tempo –as cenas finais de "Éramos Seis" e o início de "Pupilas".
A equipe de 80 pessoas se dividiu em três frentes de gravação –e quase enlouqueceu. O produtor-executivo de novelas, Gilvan Guimarães, tinha que cuidar de roteiros, locações e agenda dos atores.
"Trabalhávamos doze horas por dia", diz Gilvan, que veio para o SBT depois de passar dois anos na Globo. "Nossa infra-estrutura é menor do que a da Globo mas nosso prazer é maior."
O que move a fábrica de novelas do SBT é, de fato, outra coisa. Segundo Denise Fraga –a Olga de "Éramos Seis"–, a política de boa convivência é a grande responsável pelo sucesso.
Um passeio pelos estúdios da emissora confirma: ali, os rígidos horários de roteiros não criam tensão nem competitividade.
O que se imprimiu é um clima de "camaradagem" –graças ao diretor do núcleo, Nilton Travesso. A disponibilidade de Travesso em atender a todos, sem obrigar ninguém a se confrontar com burocráticas secretárias, é emblemática.
Tarcíso Filho, Bete Coelho, Othon Bastos, Denise Fraga e outros ex-atores globais comemoram o fato de trabalharem sem a hierarquia e pressão funestas que enfrentavam na emissora carioca.
O fato é que o núcleo do SBT funciona e contagia os funcionários –das faxineiras aos atores. Por toda a emissora, o clima agora é de "mudança de século".
Na cidade cenográfica, o que era a São Paulo dos anos 30, de "Éramos Seis", vai se transformando em uma vila portuguesa do século passado. Nos estúdios, a casa de Lola (Irene Ravache) deu lugar à igreja do reitor de "Pupilas" (Juca de Oliveira).

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