São Paulo, terça-feira, 15 de novembro de 1994
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Imprensa só sobe morro na ação

FERNANDO RODRIGUES
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Por razões de segurança, a imprensa só terá acesso a algum morro que for eventualmente ocupado pelo Exército depois que a operação estiver em curso.
A informação foi dada ontem pelo coronel Ivan Cardozo, porta-voz da operação de combate ao tráfico de drogas e ao contrabando de armas no Rio, com sede no Comando Militar do Leste (CML).
Segundo Cardozo, "será assegurado à imprensa cumprir seu trabalho, desde que não comprometa o sigilo da operação". Não será aberto à imprensa o momento da entrada dos policiais e soldados do Exército em algum morro carioca.
Esta semana, o Centro de Coordenação de Operações de Combate ao Crime Organizado (Ccocco), como é conhecida a chefia da operação, vai cadastrar todos os jornalistas envolvidos na cobertura as ações militares do Rio.
Apenas os jornalistas credenciados poderão acompanhar eventuais ações diretas de combate nas favelas cariocas. Até agora, o Exército tem atendido diariamente os jornalistas. São realizadas duas entrevistas coletivas por dia.
Questões operacionais, como a data e o horário da "primeira operação de vulto", nas palavras do coronel Ivan Cardozo, não serão revelados previamente.
Desacostumados com o assédio da imprensa, os militares muitas vezes se recusam a fornecer informações que, em tese, não atrapalhariam a execução da operação no Rio. Por exemplo, o número de soldados que servem ao Comando Militar do Leste.
Quando for desencadeada a "operação de vulto", os militares esperam manter sempre junto à tropa um oficial que será identificado por uma braçadeira branca, com a inscrição "Com. Social".
Esses dados constam de um documento reservado do Exército, que orienta os oficiais sobre como tratar a imprensa. O oficial de comunicação social será sempre o responsável pelo contato direto com os jornalistas nas operações de campo do Exército.
(FR)

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